MONSTROS E... MONSTROS

O brasileiro é conhecido por ser um povo hospitaleiro, alegre, camarada, descomplicado. Em compensação, a língua portuguesa (mais especificamente a "brasileira"), é considerada difícil, tanto na pronúncia como pela grafia, para os estrangeiros, que acabam falando uma espécie de "portunhol". O próprio brasileiro muitas vezes tem dificuldades com relação à língua pátria. Certas palavras dão um "nó nos neurônios", principalmente na hora de escrever.

Um desses casos é com relação ao uso do X ou CH, como no caso da palavra mexer, com X, mas que muitas pessoas escrevem com CH. O X sempre é utilizado depois da sílaba ME. Mas, como toda regra tem exceção, aqui também temos uma: o substantivo "mecha" (de cabelos), diferente de "mexa" (do verbo mexer).

Ih! Que confusão, não é? Pois temos mais. As palavras homófonas, ou seja, com a mesma pronúncia, mas com a grafia diferente, são comuns na língua portuguesa. E neste grupo estão elencadas várias palavras que nos confundem, relacionadas ao X e ao CH. Temos o substantivo facho (de luz) com CH, diferente de faixo, que é a primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo faixar (enfaixar). O chá (bebida), com CH, e o xá, com X, ex-soberano do Irã. O cheque (voador ou não), com CH, e o xeque-mate (do jogo de xadrez), com X. E o que dizer da brocha, com CH, que é um prego curto, também conhecido como tacha, com CH (porque tem a taxa de imposto, com X) e a broxa, com X, um pincel grande usado para pintar? Sem falar no seu emprego chulo, significando um indivíduo sexualmente impotente.

Mas, como tudo na vida se aprende por repetição, o caminho mais seguro para enfrentar o "monstro homófono" ainda é a leitura, a escrita diária. Pessoas que desenvolvem esse hábito desde a infância, sempre serão as mais seguras na hora de enfrentar um concurso, de fazer uma redação, de elaborar um currículo, etc. Leitura é uma atividade prazerosa, basta ser estimulada.

Portanto, enfrentar alguns "monstros" da nossa língua pátria não é das coisas mais difíceis de se fazer nesse Brasil. Difícil é enfrentar os "monstros" que grassam pelos corredores da corrupção, da falta de decoro, da impunidade. Porque esses, há muito tempo perderam a vergonha...

O cansaço mental provocado pelo estudo da grafia portuguesa, quando vamos enfrentar um concurso, pode nos causar insônia, mas isso pode ser resolvido com um ansiolítico. Já os "outros" certamente dormem, porque perderam a vergonha... Quem não tem vergonha, com certeza também não tem insônia.

Giustina
Enviado por Giustina em 12/09/2010
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T2492765
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