Vela
Não morri nem quero virar náufrago.
Quem tem mais dos sessenta só pode mesmo é ir até Fernando de Noronha.
Foi o que fez o Lorentz, comandante do Saga, o melhor e mais famoso brasileiro. Fez sessenta, vendeu o Saga. E ganhou a Admiral Cup, na Inglaterra, que equivale a copa do mundo da vela.
Guguta é marinheiro excelente, era tripulante do Wa-Wa-Too, na época o segundo mais veloz do Brasil. Já velejamos muito, e a única virada que tomei foi no sharpie dos escoteiros. Perto do Morcego, bateu um vento doido e chuva de granizo.
Tempo bom! Imagina que depois da virada, todo mundo empurrou o barco até uma nesga de areia. Não me lembro se Jacaré estava nessa. Tiramos a água e viemos para o Iate Clube.
Quem eu tenho certeza de estar era o Miguel Ângelo, aquele que tinha uns vinte nomes, morava no edifício de Guy, Lia e Yara.
Obrigado! Fez com que eu tivesse catorze anos novamente, lembrando destes fatos distantes, que o tempo não me permite mais fazer. Empurrar um barco naufragado, na marra, parece causo, mas se você encontrar Guguta, pergunte a ele. Aproveita e manda um abraço para o malandro.
Tanta coisa...