Hum!... É BOM TER VÓ !

Hum!... É BOM TER VÓ

A casa estava cheia. Feriado prolongado sempre dá motivo à reunião familiar: Filhas, genros, netos e sobrinhos, todos envolvidos na alegria da convivência amorosa e solidária.

Entretanto, neste feriado, o tempo não estava ajudando à brincadeira de bola ou a conversa fiada do lado de fora da casa.

La fora, uma chuva miúda obrigava a que as crianças permanecessem dentro de casa. Ao todo eram oito; primos, irmãos e colegas, com idade variando entre sete e doze anos. Todas prontas a inventarem brincadeiras que prolongassem a alegria de estarem juntos.

Alguém sugere: Que tal um jogo de salão?

Caixas de jogos, guardados já há alguns anos, foram retiradas do armário e espalhadas pelo chão ”Imagem e Ação”, Perfil, Academia, Desafina, War e alguns outros.

Jogos que, em tempos passados, serviram de alegria e motivação as brincadeiras e reuniões dos pais das crianças ali reunidas. A avó os guardara lembrando que em dias de chuva poderiam ainda ser uma atração. Afinal os tempos eram outros, mas, na essência nada mudou. E o calor humano da vida em família seria sempre apreciado.

Algazarra geral. Jogo democraticamente escolhido.

Depois de algumas controvérsias quanto à divisão das equipes, a disputa começou; com ela a alegria e o entusiasmo.

Melhor não ligar a TV, pois os jogos são bem mais interessantes. Ponderou a avó.

As horas foram passando e ninguém queria interromper a brincadeira.

A avó, já preocupada por ver chegar a hora do lanche pergunta: Quem quer lanchar? A resposta geral e negativa.

A partida não pode ser interrompida.

Só o neto mais novo, meio sem jeito, olha pra avó em aprovação, mas logo recua dizendo: Vó, só pra mim não precisa.

A avó compreende a delicadeza do menino, em não querer que ela, a avó, se ocupasse só com ele. Sem nada falar, levanta-se e dirige-se a cozinha e arruma o lanche do neto.

Chama-o.

Ele se aproxima e pergunta:- Vó, por que você quer fazer lanche só pra mim?

Ela observa o neto, e responde: - Ora! Vó é assim: Gosta de fazer agrado pro neto.

Ele sorrindo se afasta, e com uma sinceridade infantil, proclama em surdina:

Hum!... É BOM TER VÓ

A senhora num misto de agradecimento e satisfação responde:- Bom mesmo é ter um neto como você.

No ar, uma nuvem de ternura paira sobre os dois. Elos do inicio e do fim de uma mesma corrente de Amor

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 11/09/2010
Código do texto: T2491842