A HISTÓRICA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER
É rotineiro abrirmos um jornal ou assistirmos noticiários e nos depararmos com crimes e violências contra a mulher. Chega a nos dar, infelizmente, uma impressão de "normalidade". Mas o certo, é que os corações sensíveis não vão acostumar nunca com esses procedimentos bárbaros que vitimam ou mutilam, física e psicologicamente, milhares de mulheres todos os anos.
A violência contra a mulher não é exclusividade dos dias atuais. Surgiu com o patriarcado e acompanhou praticamente todas as fases da História da humanidade. Desde o primeiro livro impresso, a Bíblia, são comuns relatos de abusos contra o sexo feminino. A força física fez do homem um dominador e "proprietário" da mulher, considerada por muito tempo o sexo frágil e dependente.
Na Antigüidade grega, a noiva era praticamente raptada pela família do noivo e em Roma, o cortejo nupcial arrancava a noiva de sua mãe. Heródoto, em suas "Histórias", relata também estupros e raptos entre os persas e os fenícios. Depois de tomarem Constantinopla, os cruzados estupravam as mulheres, em nome da "fé no catolicismo". Durante as grandes navegações, Portugal raptava as prostitutas na Cidade do Porto e as mandava para as colônias, assim como as jovens órfãs, enviadas para o Brasil a fim de povoar as novas terras. Um historiador chegou a concluir que os ingleses eram homossexuais ao saber que eles não violentavam as índias na América.
Com o advento da Revolução Industrial, no século XIX, era comum o estupro de operárias. Na Segunda Guerra Mundial, há casos de estupro praticados tanto por soldados do eixo quanto pelos aliados.
Na Guerra do Vietnã, o relato de uma refugiada dá uma idéia do que aconteceu: Em agosto de 1984, mãe e três filhas (20, 19 e 12 anos) tiveram o barco abordado e foram violentadas por piratas. No dia seguinte, a embarcação é abordada por outro grupo e novamente elas foram estupradas. Mais um dia e elas são levadas à bordo de um terceiro barco, onde ficam seis dias sofrendo abusos diversos. Depois disso ainda são levadas a um novo barco, onde os estupros coletivos duram sete dias, ao fim dos quais são atiradas ao mar e conseguem ser salvas por uma equipe da guarda costeira.
Atualmente, em alguns países islâmicos, uma virgem não pode ser condenada à morte, por isso as jovens são estupradas antes de serem mortas. Isso sem falar no costume adotado em alguns países muçulmanos, de extirpar o clitóris de todas as mulheres para impedi-las de ter prazer sexual.
Apesar de todas as conquistas femininas dos últimos tempos, o patriarcado, mesmo enfraquecido, ainda dá as cartas nesse jogo brutal...
"Tudo o que os homens escreveram sobre
as mulheres deve ser suspeito, pois
eles são, a um só tempo,
juiz e parte".
(Poulain de la Barre)
*** Bibliografia:
O Estupro e o Assédio Sexual _ Isaac Charam
Crimes Contra os Costumes e Assédio Sexual _ Luiza N.Eluf