Amor ou hormônio?

Você acabou de terminar um relacionamento, mas ainda não conseguiu se desgarrar totalmente e continua a ter encontros furtivos com seus ex e não sabe porque não consegue esquecê-lo, embora não tenham mais nada em comum? Ou então, se diz uma mulher liberada e segura de si, capaz de fazer sexo ocasional sem se apaixonar, mas tem alguns amigos com os quais compartilha momentos de carência. Ou após uma noite sensacional, sua cabeça fica nas nuvens à espera de um próximo telefonema. Talvez o problema seja o mesmo: muita ocitocina no sangue. Esse hormônio, diretamente ligado ao amor maternal, induz à fidelidade. O que isso quer dizer? Problema à vista.

Suponha que você tenha uma amigo colorido de longa data, mas que conhece muito bem e sabe da impossibilidade de um relacionamento entre vocês, pois ele é um galinha incorrigível, ou simplesmente porque são muito, mas muiiiiiiiiito diferentes e nenhum é capaz de se moldar ao outro. Um belo dia, sabe-se lá por qual motivo, vocês resolvem viajar juntos. Após algumas bem aproveitadas noites de muitos orgasmos, seu coraçãozinho gelado começa a se aquecer, mas você não consegue compreender o motivo e se pergunta: será que estou gostando dele? Então você pensa: - Não! Não é possível. Sei muito bem que ele não passa de um amiguinho para horas estratégicas. Mas vem mais uma noite e mais outra e, sem que nem um nem outro pudessem imaginar, você tem um ataque de nervos ao vê-lo checar os torpedos:

- Por que está checando esse celular? Não basta estar comigo, precisa procurar outra?

Bem, sorte a dele se gostar de você. Terão um relacionamento rápido e feliz até que os problemas que você sabia que ocorreriam desde o início se sobreponham à ocitocina.

Sorte a sua se ele não quiser nada, evitará o desgaste de um relacionamento fadado ao fracasso, embora naquele momento você tenha vontade de dizer, ou quem sabe até diga:

- Você é realmente um cafajeste. Não tem o menor respeito pelos meus sentimentos. Como pode fazer isso comigo. Eu gosto de você, sempre gostei (vale exagerar um pouco)!

Em alguns meses estará perdidamente apaixonada por outro.

Bem, e o que fazer diante disso?

Os mais conservadores diriam para só fazer sexo quando estiver suficientemente envolvida e o outro também, assim conhecerá melhor a pessoa e terá menos chance de se magoar.

Conselho sábio? Talvez.

Então você namora aquele homem com quem sempre sonhou desde o início dos tempos, que achava que conhecia, se casaria, teriam três lindos e saudáveis filhos e termina achando que nunca o conheceu e querendo ver o capeta, mas não a cara dele. E acha que jamais se apaixonará ou casará novamente, mas num momento de inquietude e carência, liga para outro ex, se vê novamente envolvida, e o relacionamento em alguns meses fracassa.

Mas tudo bem, agora ninguém pega você, é hora de radicalizar, resolve ficar sozinha. Não quer saber de amigo colorido, ex ou qualquer coisa do gênero, mas bate um calor... um calor... Conhece alguém, jura que o relacionamento começará e acabará na mesma noite. Se for ruim ou média, muito bom, o negócio não passará disso mesmo. Só que a noite foi maravilhosa, quando vê está desesperada, a espera de um telefonema que lhe dê um feedback positivo, mas você mal conhece a pessoa, como pode estar tão interessada nesse estranho? Dá-lhe ocitocina!!!!!!!

O que fazer? Como na mensagem de dois sábios filmes (não dos livros): “A verdade nua e crua” e “Ele não está tão a fim de você”, não há fórmulas. O jeito é errar até que um dia a ocitocina cumpra sabiamente o seu papel.

LUCILA GRACINDA
Enviado por LUCILA GRACINDA em 09/09/2010
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