O encontro das metades.
Foi como se eu me deparasse do nada com algo que fazia parte de mim, que até então,desconhecia. Foi um choque, um choque de alegria e desespero por saber que ali estava eu, ou uma metade muito valiosa de mim.
Fitei-o por alguns minutos. Admirei-o e me confundi toda quando o ouvi falar pela primeira vez em minha direção. Ele estava ali, na minha frente, e eu toda desesperada. Senti que não podia desde o primeiro instante dizer que ele foi arrancado de mim em algum lugar de alguma forma.
O vazio que eu sempre sentia, foi preenchido naquela tarde de quinta-feira do ano 2008, percebi que havia encontrado o que estava me faltando.
Mas entristeci-me. Ele não estava ali só pra mim,apenas.Se encontrava em um uniforme de professor e eu me encontrava num uniforme esquisito de aluna;eu e mais outros tantos colegas,mas para mim era como estivéssemos só nós.Eu e ele.Porém,ele não percebia que eu o comia com os olhos e bebia suas palavras das quais lecionava suas aulas,muito instigantes e atrativas; e que constantemente me arrancava inúmeros risos.Chegou ao fim do primeiro dia de nosso encontro;eu não sabia o que ele me fizera sentir,achei esquisito;me achei diferente,dei inicio a insônias durante a semana até chegar mais uma quinta-feira a tarde.Saia alegre de casa;eu, a mais um encontro com minha metade.
Continuei a comê-lo,mas não percebia que se agravava tanto assim e minha vontade de colar ele a mim era cada vez mais intensa;tentei dar nome ao que eu sentia por ele.Eu só consegui batizar o que vinha a sentir,depois de algumas curtas quintas,resumindo-se em nove vezes aproximadamente.E o dia do descobrimento e do batizado chegou.
Não me recordo exatamente o dia da semana, talvez numa também tarde de quinta; ele estava com seu uniforme, mas trazia consigo um ar de tristeza, mas não por me abandonar, mas por abandonar seus alunos.Isso era o que mais me inflamava.Como poderia ele não saber que eu era a sua outra metade?.Como ele não se comoveu com nossa individual despedida?.Isso me rendeu muito pranto,me encontrava desconsolável,nem ele me consolava.Nem conseguia acalmar minha fúria de tristeza.Ele não voltaria mais.Minhas Quintas não seriam mais como antes,nem mesmo antes de encontrá-lo.Ele fez um rebuliço em mim;me encontrava fora do eixo.Foi depois de tantas lágrimas derramadas sobre seu ombro largo acalentador de professor,que eu consegui dar um definitivo nome ao que ele me fazia sentir:AMOR.É isso mesmo,foi amor;mas nao á primeira vista,sei que não foi á primeira vista,mas sim no primeiro instante ao adentrar aquela sala ampla e bagunceira,típica de alunos adolescentes.Era sim o amor.Ele nasceu a cada quinta-feira,sempre se voltava forte.Então,na despedida que me amedrontava eu resolvi pôr um fim nesse sigílo.Confessei.Confessei tudo!,mostrei a ele a parte que me faltava,ele nao me levou a sério.Eu nao desisti,ainda me fiz um poço de lágrimas,mas continuei a acreditar que era ele. E eu nao podia deixá-lo ir assim; Corri atrás.Descobri onde ele habitava.Fui até lá. Senti-me quase completa.
Beijamo-nos,Enfim.Depois do primeiro beijo ele se aproximava mais. Não contia a emoção; era mágico, era diferente; surreal.
Estava chegando aonde queria. Estava conseguindo colar as metades,Nos beijamos novamente e gostamos,repetimos esse ato até nos considerarmos conjugados pelo sentimento misterioso.Hoje,nao nos vemos apenas num traçado dia da semana,mas quando dar.Os limites ainda são obstáculos para nós,lutamos arduamente para que nos grudemos de vez.E esse Amor cresce e cresce.É recíproco,.É uma novela a ser vista.Avassalador é o que ainda me pego a sentir pela minha metade;
Fato. Continuo a fita-lo em dias fragmentados, dias em que aparecem do nada, em que nao esperamos acontecer, ou esperamos ansiosamente a demasia, mas desconfiamos do certo.Assim,seguimos tolerando os limites e as maldades que sempre há entre aqueles que lutam para nao se desgarrarem.Será eterno;Eu o possuo e ele possui a mim também.As insônias permanecem e eu gosto,ele está comigo agora.