O VISITANTE


Ele veio só passear. Curioso, foi freqüentar outros lugares que não lhe era usual.
Encontrou aguinha fresca de gotas em folhas largas e ambiente fresquinho com sombra protetora perto do chão. Naquele irrequieto vôo e vivacidade, teve o pezinho enrolado numa linha fina que o vento atirara ali. Aflito, agitou-se e ficou mais preso.
Como vou freqüentemente à varanda,  eu o vi e gritei por minha filha para ajudar.

O fio entranhou em sua garrinha. Com mil cuidados o libertamos.
Confesso que o amei naquele momento e para sempre.
Antes de soltá-lo entre as folhas da arvorezinha que é dele e para ele, amei-o com amor falado e serenando a sua plumagem e seu provável estresse que acabara de passar.

Seus olhos me olhavam com o mesmo olhar dos meus cães e gatas, o olhar animal do amor.
Retive-o um pouquinho entre as mãos sentindo a presença de Deus, e todo o amor do mundo.