Papo furado

É bastante difícil acreditar-se nas promessas desses candidatos a cargos eletivos. Prometem Deus e o mundo para galgarem o cargo através dos votos mendigados sobre os palanques, às vésperas das eleições. Prometem o que não podem cumprir. Enganam a sociedade, principalmente a pertencente às classes sociais mais baixas onde a carência material e afetiva é farta.

Outro perigo acintoso que temos visto nas atuais eleições é o parasitismo salvífico de alguns, que, às costas de outros, tentam conseguir votos a todas à custa. A transferência de votos é uma arma perigosíssima, por que o eleitor enxerga no outro a figura carismática do que está findando o mandato. Neste pleito temos tido o desprazer de verificarmos tal procedimento. Ninguém reproduz as qualidades administrativas de outrens.

Falta-nos o ajuntamento responsável de grupos sociais reunidos e organizados na defesa dos grandes interesses sociais, ladeados por importantes projetos de um alcance social magnânimo. Passa da hora de darmos maior valor ao poderio técnico dos nossos funcionários de carreira nas três esferas políticas e não ficarmos subtraindo fortunas do erário para bancar campanhas muitas vezes desnecessárias.

Essas campanhas que temos assistidos na atualidade são fábricas disfarçadas para compra de votos e poder. Há séculos que a coisa se repete e funciona desse jeito mesmo. É a época mais fácil de alinhavarem-se conchavos políticos escusos. Há os que esperam o ano todo para dar o bote nos senhores candidatos e se darem bem.

Seria de bom alvitre que o eleitor brasileiro não se descuidasse nessas horas e desse seu voto a quem realmente reunisse as qualidades para administrar bem o pai, a cidade, o Estado. Pela ação do voto poderemos construir ou destruir até a nossa liberdade. Pensar e pensar muito é carecido. Votar é uma ação rapidíssima. Votar bem é um exercício de valor inigualável para a democracia.

Portanto, os engolidores de fogo estão na rua à caça do voto fácil, do eleitor despreparado, carente. Todo cuidado ser-nos-á pouco. O erro, por menor que seja, que cometermos agora, vai durar por todo o mandato. É preciso redobrarmos os cuidados necessários para não sermos mais uma vez enganados e fiarmos aí a chorar o leite derramado.

De papo furado já estamos fartos. O inferno está cheio de inocentes. Quando vir promessas demais, desconfiemos, pois, é por esse caminho que eles nos conduzem ao erro da escolha torta do voto.Toda atenção é merecida. Antes de irmos às urnas, que já tenhamos escolhido os nossos candidatos. Evitemos as conversas de boca de urna para não sermos apanhados equivocadamente pelos serventuários da Justiça Eleitoral. O país será bem maior se votarmos corretamente, respeitando a vontade do outro e sem burlar as leis eleitorais.