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ÉRAMOS TODOS BRIGADISTAS

A Senha para enfrentamento de fogo na mata: doze tiros de carabina 44.
Lembro-me da aflição da turma de Peões da Fazenda em meio aos vigorosos incêndios que estavam a devastar reservas que restaram da mata original daquela região. Do cheiro de mel queimado, de madeira verde que ardia no fogaréu, da correria dos animais silvestres tentando escapar da fumaça que já encobria horizontes de humanos e demais.

Ainda ouço a voz de comando de meu pai a orientar os homens nestas batalhas, sem rancor nem insinuações de algo criminoso que estivesse acontecendo. Havia o costume, até hoje existente, de limpar áreas de pastagens, palhadas, com fogo, que nem sempre dava certo. Também acontecia de maneira inusitada como nos contava o potiguar Pedro Medeiros, sobre um incêndio no canavial de grande usina de açúcar provocado por um Pinica-pau que passa bem de junto da fornalha do Engenho carregando palhas seca no bico, levando fogo para onde não devia! O Pedro ficou famoso no Sul como contador de estórias.

Fazíamos parte deste grupamento de bombeiros-heróis daquele tempo, quando não havia quase nenhuma consciência do prejuízo ambiental causado pelas queimadas. Os meninos estavam ali a servir água e alimentos à linha de frente da guerra.

Penso que hoje diversos tipos de Voluntários de prevenção e combate a incêndios deveriam ser formados. Éramos todos brigadistas!


Sobradinho-DF,   08/09/10