Amo as mulheres, como um velho adolescente...

Gosto demais das mulheres, e não me agrada gostar tanto das mulheres ainda mais quando é só uma, e não as mulheres em geral, me lembra Jung em sua fase de amor incontido. Me flagrei noite destas num dialogo algo surreal , pois enquanto conversávamos eu perseguia sua linha de pensamento numa estranha operação de caça. Repentinamente quis que ela ficasse comigo, não este ficar adolescente adotado pelos adultos como um saída sem compromissos, mas ficasse comigo para sempre, mudasse sua vida, mudasse a minha vida, reformasse meu destino e cruzássemos a estreita faixa de bom senso que persegue os amantes de todas as idades, jogássemos tudo, literalmente tudo, para o alto e fossemos viver minha loucura. Isto me deixa muito irritado, vulnerável presa fácil das minhas fantasias, mesmo que seja por quarenta e oito ou setenta e duas horas, 5 meses, meus últimos quinze anos uteis, sendo que estes três últimos itens, sejam absolutamente desnecessários pois fruto de minha imaginação e desatino deveria ao menos ser mais pudico ao escrever se é que alguma vez o fui. Ela foi embora ou logo irá, talvez assustada pela sofreguidão do meu desejo ou por puro fastio, e eu ficarei como um adolescente, um velho adolescente, um velho caçador míope, com as garras e os caninos gastos e frustrados...Frustração perversa e gostosa, como eu gosto das mulheres, me perdoem se for pecado, mas pagaria todas as penitencias exigidas para continuar sendo este velho adolescente que ama, “imensuradamente” as mulheres, mesmo não me agradando...pura mentira...

Carlos Said

Inverno de 2010

Carlos Said
Enviado por Carlos Said em 07/09/2010
Reeditado em 03/04/2013
Código do texto: T2484278
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