COLUNA FALA SÉRIO! UMA CARTA FORA DO BARALHO!

Uma carta fora do baralho!

Uma vez encontrei com um amigo que me parecia extremamente deprimido e mesmo sem que lhe perguntasse, fiquei sabendo do motivo.

Me conta ele que havia ouvido de alguém por quem nutria um grande apreço e carinho, de que já era carta fora do baralho. Esta sentença o deixaria não triste, mas decepcionado e mesmo meio deprimido, e eu fiquei pensando em como às vezes os seres humanos descartam outros como se nada fossem, ou como simples peça de uma engrenagem, de um produto necessário por alguns momentos de suas vidas, e depois sem pensar até no mal que estão fazendo às próprias vidas, as jogam fora.

O mais interessante nesta situação é que na maioria das vezes, quem descarta pensa que a culpa é do descartado, jamais sua, e naquele seu pensar egoísta, não sente estar sendo no mínimo prejudicial a si mesmo.

No eu é que estou certo, eu é que não erro, eu é que sei, não é capaz de entender que deveria primeiro avaliar com a pergunta, onde foi que eu errei? Mas isto nem pensar, porque entraria então a obrigação de ter que assumir seus erros, falhas, coisa que “eu jamais vou aceitar!”

Na maioria das vezes, somente em poucos e raros momentos de dúvidas e quando começa a se sentir só, é que tem coragem de se perguntar baixinho, “porque as pessoas não conseguem me entender, me ouvir, porque eu sei o que estou fazendo e dizendo!”

Por isso disse ao meu amigo que não deveria se preocupar com ter sido considerado uma carta fora do baralho, pois mesmo que não fosse um ás, olhasse para si e se visse como um coringa, que logo teria um novo baralho para lhe abraçar, e que no outro, na certa, iria faltar! E como!

Antonio Jorge Rettenmaier, Cronista, Escritor e Palestrante, membro da AGEI, Associação Gaúcha dos Escritores Independentes. Esta coluna está em mais de setenta jornais impressos e eletrônicos no Brasil e Exterior.ajrs010@gmail.com.