O DIA DE MINHA MORTE

Num dia cinzento, um dia qualquer do mês de outubro, nada especial, que mais tarde tornou-se noite, noite de minha morte, ou noite de uma nova velha vida, vesti minha velha calça jeans minha camisa de malha branca, como imagina ser minha alma, sorri meu ultimo sorriso, chorei minhas primeiras lágrimas, sai para o resto do que ainda me aguardava.

Disse adeus ao meu amor, fechei a porta atrás de mim, absorto em meus pensamentos, orava para que acordasse de um sono profundo, e fosse esse dia um pesadelo.

Lembrei-me de minha vida, repensei minhas prioridades, lamentei meus erros, desejei ter tido acertos.

Odiei, corroeu-me o peito a magoa, deixou-me entristecido a perda.

Como uma peça que finda-se ao ultimo ato, no grande teatro da vida, deixo o palco usando minha velha armadura de guerra pela ultima vez.

Minha camisa que guarda teu cheiro, minha velha calça jeans recebida de suas mãos, meu vê lho tênis desbotado que foi minha marca registrada.

Meu sorriso que brota pela ultima vez e liberto minhas fieis companheiras, que hão de acompa nhar-me por finada jornada, molhando-me o rosto, vindas do profundo do meu ser, jorrando por meus olhos lembrando-me dos dias de felicidade, e do dia de minha morte.

Renato Cajarana
Enviado por Renato Cajarana em 07/09/2010
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