HOJE É 7 DE SETEMBRO
Ó meu Senhor, que saudade sinto dos meus antigos feriados de sete de setembro, da infância e juventude que já vão longe, mas, diante da realidade atual, parecem mais distantes ainda ou parecem representar a comemoração da Proclamação da Independência de um outro país, muito diferente deste onde nasci e cresci.
Ah Pai, ao fechar os olhos, ainda me sinto, pequeno, marchando à frente da fanfarra da escola onde estudei...
Uniforme limpinho, coração mais ainda e cheio de emoção com muito orgulho no peito. Ao passar pelo palanque oficial, observava as autoridades numa postura ímpar de respeito aos hinos, ao desfile, aos símbolos nacionais e ao momento solene. E o público? Ah este também, impecavelmente vestido, com suas
bandeirinhas verde-amarelas nas mãos, com os olhos atentos a todos os detalhes do evento.
Quando minha escola terminava seu desfile, postávamo-nos na saída da avenida, mantendo o comportamento civicamente correto para assistir os demais participantes cumprirem aquele seu dever, ao qual os militares também se dedicavam, para comemorar a Independência do Brasil.
Independência?
Ó meu Senhor, é isso que me dói. Perdemos a postura, o respeito aos símbolos nacionais, à bandeira, aos diversos hinos, inclusive o próprio Hino Nacional Brasileiro, à civilidade, ao amor próprio e à dignidade de uma cidadania que era admirada e respeitada, mundialmente.
Hoje, não quero ver essas comemorações, não suporto mais ver pessoas caladas ou até mascando chicletes, durante a execução do nosso hino, não suporto mais ver, nos palanques, as autoridades, indevidamente, distraídas, conversando descontraídas, rindo ou até bocejando, enquanto batalhões de nosso exército, aeronáutica e marinha, com seus comandantes, em sentinela passam à sua frente, não suporto ver o povo “brincando” ao lado da avenida, numa atitude de total indiferença ao evento. Também não vou sair às ruas porque me entristece ver tanta gente buscando apenas o lazer, sem sequer lembrar o motivo do feriado. Não, nem televisão quero assistir, pois me causa náuseas ver, nos noticiários, alguns homens públicos usando o momento para mera campanha eleitoral.
Hoje eu quero apenas orar.
Sim Pai Divino, quero Te agradecer por ser filho deste solo onde viveram pessoas da grandeza de um Tiradentes, José Bonifácio, Rui Barbosa, Irmã Dulce, Bezerra de Menezes, Anita Garibaldi, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Chico Xavier, José Aristodemo Pinotti e tantos outras que minha limitada memória, por vezes lhes causa injustiça também.
Mas quero rogar piedade para esse povo sofrido, enganado, mas movido pela fé e esperança. Esperança de ver seus filhos alimentados, estudando sem medo da violência, de ver o fim das queimadas, dos rios secando poluídos, da morte nas ruas com balas perdidas, das crianças viciadas, exploradas, violentadas, dos idosos abandonados, dos hospitais sem recursos, dos jovens sem rumo e governantes sem prumo.
Sim meu Deus quero, em oração, fechar os olhos e ouvir, com emoção, um grito, não de “Independência ou Morte”, mas de “Caridade e Paz”.
SP – 07/09/10
Ó meu Senhor, que saudade sinto dos meus antigos feriados de sete de setembro, da infância e juventude que já vão longe, mas, diante da realidade atual, parecem mais distantes ainda ou parecem representar a comemoração da Proclamação da Independência de um outro país, muito diferente deste onde nasci e cresci.
Ah Pai, ao fechar os olhos, ainda me sinto, pequeno, marchando à frente da fanfarra da escola onde estudei...
Uniforme limpinho, coração mais ainda e cheio de emoção com muito orgulho no peito. Ao passar pelo palanque oficial, observava as autoridades numa postura ímpar de respeito aos hinos, ao desfile, aos símbolos nacionais e ao momento solene. E o público? Ah este também, impecavelmente vestido, com suas
bandeirinhas verde-amarelas nas mãos, com os olhos atentos a todos os detalhes do evento.
Quando minha escola terminava seu desfile, postávamo-nos na saída da avenida, mantendo o comportamento civicamente correto para assistir os demais participantes cumprirem aquele seu dever, ao qual os militares também se dedicavam, para comemorar a Independência do Brasil.
Independência?
Ó meu Senhor, é isso que me dói. Perdemos a postura, o respeito aos símbolos nacionais, à bandeira, aos diversos hinos, inclusive o próprio Hino Nacional Brasileiro, à civilidade, ao amor próprio e à dignidade de uma cidadania que era admirada e respeitada, mundialmente.
Hoje, não quero ver essas comemorações, não suporto mais ver pessoas caladas ou até mascando chicletes, durante a execução do nosso hino, não suporto mais ver, nos palanques, as autoridades, indevidamente, distraídas, conversando descontraídas, rindo ou até bocejando, enquanto batalhões de nosso exército, aeronáutica e marinha, com seus comandantes, em sentinela passam à sua frente, não suporto ver o povo “brincando” ao lado da avenida, numa atitude de total indiferença ao evento. Também não vou sair às ruas porque me entristece ver tanta gente buscando apenas o lazer, sem sequer lembrar o motivo do feriado. Não, nem televisão quero assistir, pois me causa náuseas ver, nos noticiários, alguns homens públicos usando o momento para mera campanha eleitoral.
Hoje eu quero apenas orar.
Sim Pai Divino, quero Te agradecer por ser filho deste solo onde viveram pessoas da grandeza de um Tiradentes, José Bonifácio, Rui Barbosa, Irmã Dulce, Bezerra de Menezes, Anita Garibaldi, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Chico Xavier, José Aristodemo Pinotti e tantos outras que minha limitada memória, por vezes lhes causa injustiça também.
Mas quero rogar piedade para esse povo sofrido, enganado, mas movido pela fé e esperança. Esperança de ver seus filhos alimentados, estudando sem medo da violência, de ver o fim das queimadas, dos rios secando poluídos, da morte nas ruas com balas perdidas, das crianças viciadas, exploradas, violentadas, dos idosos abandonados, dos hospitais sem recursos, dos jovens sem rumo e governantes sem prumo.
Sim meu Deus quero, em oração, fechar os olhos e ouvir, com emoção, um grito, não de “Independência ou Morte”, mas de “Caridade e Paz”.
SP – 07/09/10