Dá vontade de matar!

Hoje no restaurante fiquei verde de raiva!

Chegou um casal jovem com um menino de cinco a sete anos de idade mais ou menos.

Eu estava almoçando , assim como os demais tranquila, tranqüila. Alguns estavam acompanhados e conversavam calmamente, o ambiente era acolhedor, a comida muito boa.

Tudo transcorria as mil maravilhas...

Eu disse TRANSCORRIA! No tempo passado do verbo.

Chegaram!!!!!!!! Trouxeram a criança!

Não transcorreram dois minutos depois que se sentaram, quando o menino se levantou, nem chegou a encostar o bumbum direito na cadeira.

Começou a circular entre as mesas, curioso, olhava para o prato de todos. Chegava à mesa, esticava o pescoço, olhava e começava a conversar, especulando o nome , a idade e o que a pessoas estava comendo, pegava alguma coisa punha na boca e saía.

Partia para outra mesa e repetia as perguntas e os gestos, pegava algumas batatas fritas e saía.

Não contente em só incomodar as pessoas, se dirigiu para onde tinha uma mesa desocupada. O “peste” virou todas as cadeiras colocando as costas das cadeiras encostadas na mesa com o assento ao contrário. O pai “abestado” achava graça!

O garçom tropeçou na cadeira, quase caiu com a bandeja e tudo que tinha nela, a cadeira ficou bem no meio de sua passagem!

Ficou danado da vida, mas não disse nada, continuou o caminho. Calado é claro!

Meu sangue começou a esquentar...

O pai daquela criatura execrável, observava tudo com um sorriso imbecil nos lábios. Orgulhoso de seu rebento, “tão esperto e comunicativo”.Dava para ler estas palavras em sua testa! Imaginei, é um idiota, deixa esse moleque crescer que ele vai ver o que é bom!Isto se não aparecer alguém que pegue o filho dele pelas orelhas e entregue ao dono agora mesmo! A mãe estava de costas e nem deu pela falta do filho, ou deu e preferiu ficar quieta, se fingir de morta!

Fiquei imaginando o que dizer quando ele chegasse à minha mesa...

Que raiva! Ele não perde por esperar...

Comecei malignamente a arquitetar minha reação.

Quando ele puser as mãos na mesa eu espeto o garfo nos seus dedos. Não melhor enfiar a mão dele no prato de sopa quente.Não, melhor juntar ele pelo pescoço e levar para a porta da rua e trancar a porta por dentro...

O menino estava incomodando todos que estavam almoçando, e o pai continuava achando “lindo” o desembaraço do filho.

A essa altura eu já estava fervendo...

Todos se olhavam demonstrando desaprovação, mas ninguém se atrevia a fazer qualquer gesto para impedir que a criança continuasse a incomodar.

Ele veio chegando...

Chegou!

Olhou para mim e perguntou meu nome.

Respondi bem baixinho:

-Bruxa malvada.

- O que?

-Bruxa malvada da história de João e Maria.

-O que você está comendo?

-O coração do João e depois vou comer o da Maria junto com suco de cocô. Senta aí e cala a boca senão eu te cozinho também.

Lancei um olhar horroroso, de bruxa mesmo, mostrei os dentes rosnando, ele ficou estático. Arregalou os lhos e abriu a boca...

Peguei uma das mãos e segurei dizendo:

-Não vai nunca mais sair daqui, vou te enfeitiçar! Você vai fazer xixi nas calças de tanto medo que vou te fazer passar e seu pai nem vai ver.

Ele arregalou os olhos e saiu feito um foguete, praticamente voou para perto do pai, ainda assustado me olhava de longe, não saiu mais do lugar. De tempos em tempos me fitava desconfiado.

Reinou tranquilidade no salão, terminei a refeição na mais completa paz.

O garçom me olhava com ar de riso!

Quando me encaminhava para a porta me dirigi até a mesa onde o “capetinha” estava, o pai continuava com aquele sorriso abobado!

Cheguei junto ao rosto do menino e disse bem baixinho, só para ele ouvir:

-Eu estava brincando com você, não sou bruxa e estava só tomando sopa, nem conheço João e Maria!

Virei as costas e saí, o pai me olhou sem entender nada, mas o menino continuou de olhos arregalados.Não sei em que acreditou...

De longe eu percebi que ele não se levantou mais.

Por favor, segurem seus filhos, não deixe que eles incomodem os demais, principalmente em restaurantes.

Você pode até achar uma “gracinha” ele falar com as pessoas sem conhecer, mas afinal ele é SEU, você é que tem que agüentar... E se possível educar ensinando boas maneiras, isso se você também possuir alguma...

É melhor se prevenir...

Eu posso estar por lá...

M.H.P.M.

Helena Terrível.