Barbados de Topless

Eu, sinceramente, acho que o Brasil não deve nada a nenhum outro pais do mundo, no que diz respeito a atrativo turístico; salvo os que amam os cassinos, que nós insistimos em mantê-los distantes de nossa realidade, tudo mais aqui se encontra; região desértica, nós temos no Nordeste; belas praias, nós temos ao longo de toda Costa; história aqui também se encontra com fartura, inclusive trechos da mais rica história do mundo recente, que foi a Revolução Napoleônica. Arquitetura invejável, cachoeiras deslumbrantes, rios intermináveis, florestas, cidades enormes, centros de compras, enfim, o Brasil é um dos mais belos do mundo e só lhe falta à sorte de ter um bom administrador que explore isso.

Nosso costume esnobe de sempre conhecer primeiro outros países ocorreu nos últimos anos, quando nossa moeda ficou forte perante outras e principalmente após a estabilidade da inflação; isso acrescido aos altos preços das viagens internas; acabaram afugentando o turista interno para vários outros destinos, principalmente nos Estados Unidos da América, Caribe, Europa e América do Sul. Ficou mais barato e fácil sair do Brasil para Miami do que visitar o Ceará ou as belas praias de Santa Catarina.

Esta semana quando eu estava indo para Salvador pela Gol/Varig, folheei a revista de bordo da companhia aérea e vi que eles estão com vôos diretos para Aruba e Barbados no Caribe. Eu que já fui a Los Roque e, Isla de Margarita na Venezuela; fiquei surpreso, principalmente pelo preço, cerca de R$ 1.500,00 ida e volta, dependendo da época.

Na época em que eu curtia o turismo com mais bravura, quando eu ainda era solteiro, sempre pretendi conhecer Aruba, Curaçao, Barbados e outras ilhas paradisíacas daquele lado de baixo do Caribe, mas sempre esbarrei na burocracia dos vôos chatos com conexão; alguns deles na década de 90 necessitavam se conectar com outros vôos até nos Estados Unidos e isso foi desta forma até pouco tempo. Quando fui à República Dominicana a convite da Consulesa do Rio de Janeiro, fiz uma conexão em Miami; um verdadeiro martírio para quem dispunha de uma semana de folga apenas. O outro fator quase impeditivo era o preço; sair do Brasil para estes lugares no Caribe custavam os olhos da cara e quando se encontrava um pacote de alguma operadora, aí eu não ia mesmo, porque venhamos; viajar de excursão é o maior mico e a maior chatice!

Durante o tempo de vôo até Salvador, fui pesquisando as condições e sugestões da Gol/Varig para estes dois destinos (Aruba e Barbados) e observei que os hotéis e locais para refeição também estão mais acessíveis, portanto, para os brasileiros que pretendem viajar para o supra-sumo caribenho, resolvi preparar algumas dicas importantes; algumas destas dicas não estão na maioria dos guias de viagens e você, meu estimado leitor, precisa saber para não cometer gafes e ter uma viagem ainda mais prazerosa.

Primeiro todos devem saber onde ficam Aruba e Barbados; porque se pensa que Caribe é somente aquele trecho do Atlântico que fica nas proximidades de Miami e Havana. O Caribe se estende desde o Norte venezuelano até as proximidades dos Estados Unidos da América, uma faixa de ilhas banhadas pelo Mar do Caribe. Esta faixa de ilhas e países mede cerca de 2,5 mil km em linha reta. No caminho se observa quase 70 ilhas divididas entre territórios de outros países, territórios ultramarinos e Estados soberanos, como Haiti, Cuba, Jamaica, dentre outros.

Aruba é um território Holandês que fica bem pertinho da Venezuela; sua capital é Oranjestad e seu território inteiro não passa de 200 km²; na ilha se fala de tudo um pouco, mas oficialmente o papiamento e o holandês; tem um pouco mais de 100 mil habitantes, mas nos meses de alto verão o departamento de turismo diz que chega a 500 mil o número de pessoas. A moeda local é o Florim de Aruba, mas o forte mesmo é o Dólar e o Euro. Foi descoberta pelos espanhóis em 1499 e desde 1636 que foi anexada a Holanda.

Para onde se olhe em Aruba se vê belezas, praias encantadoras, hotéis de todos os tipos, restaurantes aos montes e para todos os gostos e bolsos; o povo é ordeiro e acolhedor; e tudo que eles querem é; servir bem o visitante, ganhar seu dinheiro e serem respeitados. Por ser uma ilha muito pequena os turistas europeus, principalmente as mulheres vindas de países muito frios, costumam tirar parte da roupa nas praias, portanto, se você for a Aruba e se deparar com uma mulher com os seios a mostra, não se assuste nem pense que ela está te dando bola; é o costume local!

Em Oranjestad os dois melhores hotéis são o Renaissance Aruba Resort e Casino, um 4 Estrela de grandeza máxima; outra boa opção de hospedagem é Divi Village Golf and Beach Resort, outro 3 estrelas sensacional; a média de preço para os dois, dependendo da época, varia entre R$ 300,00 e 600,00 a diária em apartamento duplo. Em Palm Beach, cerca de 6 km de Oranjestad pode se encontrar outras opções menos luxuosas ao custo de R$ 150,00 a exemplo do Brickell Bay Beach Club, 3 estrelas muito confortável. Para os amantes do luxo, nada melhor que o Hotel Occidental Grand Aruba, 5 estrelas top Premium; com tudo incluso, desde as refeições até a bebida, uma diária custa em média R$ 800,00. É bom lembrar que tem muitos hotéis medíocres no Brasil que se dizem 5 estrelas, são verdadeiras arapucas, cobram caro e não oferecem nada!

Alguns podem preferir ir para Caracas e de lá tomarem outro avião ou barco para Aruba; com estes vôos direto da Gol/Varig eu jamais aconselharia uma tortura destas; primeiro, porque Caracas está abandonada, insegura e politicamente instável; segundo que não há nada mais confortável do que seguir direto para seu destino sem interrupções; terceiro, porque é barato e a companhia aérea divide em até seis vezes sem juros, ou seja; você sai do Brasil, viaja até o Caribe com mais alguém e paga umas seis parcelas de R$ 500,00, é uma barbada.

Quando for viajar para Aruba apenas pesquise se na época pretendida há alguma ameaça de furacões; a ilha está na rota dos grandes furacões e fora este detalhe o sol escaldante com ventos frescos é o ano inteiro. A média climática é de 28 graus e chuva só se vê na ilha em anos “bissextos”, uma brincadeira dos nativos! Pensando nisso, leva uma calça jeans apenas se quiser ir num Cassino, salvo em contrário, short, camiseta, bermuda, roupa de praia e protetor solar.

O transporte na ilha é deficiente e caro; por esta linha, se puder, prefira alugar um carro e esqueça se te pedirem para pagar o seguro de furto, porque isso não há por lá. Na alta estação o custo de um taxi do aeroporto para os hotéis chega a R$ 100,00 e uma diária de carro com todos os seguros R$ 60,00.

O visto para se visitar Aruba é dado no local, na hora que você chegar ao aeroporto; para tal você precisa ter um passaporte válido, com no mínimo seis meses de validade e pagar a taxa de visto que custa algo em torno de R$ 200,00 por pessoa.

Ficar mais de cinco dias em Aruba só para os amantes do sol e da tranqüilidade, porque se você é uma daquelas pessoas que gosta de conhecer tudo há várias opções de outras ilhas próximas e até outros países. Pesquise antes onde você pretende conhecer, por causa das exigências consulares, faça suas reservas com antecedência e vá curtir o paraíso no Caribe! Apenas para complementar o horário lá é uma hora a menos do que em Brasília!

Cerca de 1.100 km pelo Mar do Caribe separam Aruba de Barbados e no meio do caminho estão as Antilhas Holandesas, Granada e São Vicente e Granadinas; locais exuberantes e de beleza ímpar.

Em Barbados, uma ilha descoberta também pelos espanhóis em 1492, que pertenceu aos portugueses e foi reclamada pelos ingleses, foi britânica até 1966 e hoje é totalmente independente. A capital é Bridgetown em nos 430 km² da ilha moram quase 300 mil pessoas de várias etnias e falando muitos idiomas, mas o mais ouvido é o puro e velho inglês.

Originalmente o Dólar de Barbados é a moeda oficial, mas como Aruba, Euro e Dólar fazem a festa; inclusive as contas pagas em cartões de crédito alguns lugares passam em Euro e outros em Dólar, portanto, na hora de pagar uma conta de $ 100,00, se for em Euro na fatura de seu cartão virá uns R$ 300,00 e já se for em Dólar, uns R$ 200,00 (com IOF).

Não diferente de Aruba, também em Barbados para onde se olhe verá o luxo do Caribe e a única diferença é que Barbados está na mesma linha que liga uma ponta a outra das ilhas caribenhas, ficando bem mais próxima do que se chama néctar das caraíbas.

Também se nota em Barbados que por ela estar próxima de ilhas mais tradicionais ao turismo o investimento feito ao longo dos anos na infra-estrutura foi menor que as demais, portanto, não se nota o mesmo nível e quantidade de hotéis como, por exemplo, em Santa Lúcia, Granada e Martinica, ilhas próximas a Barbados; ainda assim há bons e suntuosos hotéis a exemplo do quatro estrelas Sol Antilhas Barbados ao custo de R$ 1.000,00 a diária; e para a turma da economia, uma boa opção são os Apartamentos Barbados, duas estrelas, na Praia do Inglês; uma espécie confortável de flat com cozinha completa de sai por R$ 200,00 a diária.

Quem for visitar a ilha não pode deixar de conhecer a Animal Cave Flower, uma região de penhascos e belas praias com uma das cavernas mais incríveis do mundo; fica localizada ao norte da ilha cerca de 30 km de Bridgetown. Outro lugar mágico é Ragged Point, uma combinação do cenário dos filmes Highlander e a Ilha Perdida; Ragged Point fica no lado Leste de Barbados, também distante cerca de 30 km da capital. Saindo um pouco do mar, Harrisons Cave também é um espetáculo esculpido pelas mãos de Deus e está no centro da ilha.

Para os turistas interessados em conhecer Barbados a mesma regra de vistos de Aruba vale para os brasileiros; as leis e costumes locais é que necessitam ser mais observadas, pois mais da metade da população é protestante; neste caso, verifique melhor seus conceitos de brincadeiras com as pessoas, porque eles podem interpretar como ofensa.

Basicamente para os turistas visitar Aruba e Barbados eles vão para curtir sol, mar e natureza; portanto, todas as duas possuem atrativos costeiros que incluem inúmeros passeios de jipes, buggys, bicicletas, barcos e motocicletas; todos os hotéis estão ligados ao conceito resort e todos os restaurantes servem cozinha internacional e local. Os cassinos são atrações a parte, mas são poucos os que se arriscam na jogatina. Aruba menos e Barbados mais, possuem áreas de florestas, mas isso não chega a colocá-las como reservas importantes.

Os vôos da Gol/Varig para estas duas localidades saem uma vez por semana e segundo a revista são vôos com escalas e conexões; os preços consultados são com saída em Belo Horizonte e o tempo de vôo é de 14 horas (Belo Horizonte – Brasília – Curaçao – Aruba) e a volta um vôo direto entre Aruba e Brasília; a média de vôo entre Brasília e Aruba é de 6 horas voando; já para Barbados os vôos saem de São Paulo e duram cerca de 13 horas com as paradas; a média voada é de 5 horas e meia.

Apenas de curiosidade, quem viaja para Barbados e quiser dar um pulinho em Miami nos Estados Unidos, basta apanhar um dos muitos vôos regulares e duas horas e meia estará na capital do consumo, o mesmo tempo para quem quiser conhecer a ilha de Fidel Castro, Cuba; já para os apaixonados pelo Reggae, um pulinho na Jamaica são cerca de 2 horas.

A melhor maneira de viajar para qualquer canto do mundo, principalmente para os marinheiros de primeira viagem, ainda é a velha e boa agência de viagens; somente o pessoal treinado poderá dar dicas mais relevantes e proporcionar períodos menos desgastantes. Para os grandes aventureiros, cautela sempre é bom em todos os atos; segurança jamais fez mal algum; e juízo ajuda a ter uma volta tranqüila. Nada de excessos, brincadeiras de mau gosto e muito respeito quando estamos fora de casa.

Agora vá curtir o Caribe!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 05/09/2010
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