A Luta de Stefany Muniz

Acabei de abrir meus olhos , de despertar do sono da noite: acordei! Sinto que a vida despertou no mesmo horário que eu: o horário do silêncio, o Agora. Esta noite eu tive um sonho, vou contá-lo, caso contrário ele me ele me tomará e por si só contar-se-à. Sim. Isso é normal. Eu sou um medium: de vez em quando os sonhos possuem-me de tal maneira espiritual que se comunicam com os outros seres usando o meu corpo efêmero, emprestado do tempo. Sim, pois um dia terei que devolvê-lo: na morte.

Sim, vamos ao sonho.

Eu era uma moça bonita, bem afeiçoada, sissuda: praticava uma espécie de luta. Oriental? Ocidental? Não sei, mas sei que eu lutava e recebia cabeçadas do meu mestre.

Lembro-me de uma luta deste sonho.

Dentro do Tatâme: eu e meu sensei .

Nos olhavámos, nos rodeavamos, de repente, aproximamo-nos a ponto de toque. Agarramos o Kimôno um do outro: puxavamo-nos tentando criar a melhor oportunidade para um Golpe ( quem sabe a luta terminaria apenas com um golpe).

A Força, Sangue Vulcânico que corria em minhas veias, minha Expressão que transmitia um Ódio-Amoroso...Sim: tudo estava envolto na minha vontade de vencer.

Puxões, Cabeçadas, mais puxões no Kimôno. Estive pensando: Talvez eu e meu sensei tenhamos sido de famílias rivais em outra vida. Quem sabe tenhamos combatido um ao outro numa guerra- quem sabe na guerra dos persas contra os gregos. Sim, pois só assim haveria explicação para a estrondosa pressão e força que meu mestre exercia contra mim.

De repente, ele agarrou-me e, num momento oportuno, lançou-me à lona: Venceu-me!

Mas não saí derrotada: o suor que corria pelo meu corpo expressava que eu sou uma das poucas pessoas que venço mesmo perdendo, e que venço quando vencendo: Vencer é uma atitude de espírito!

E meu espírito ajuda-me nas lutas. Ele luta bravamente comigo, e isso é bom e alegre para ele -para ele-. Como meu espírito é imaterial, ele não sente a violência suave e normal da luta.

- Não esqueça das cabeçadas! Diz meu espírito desdenhando das minhas manchas roxas: herança minha de cada luta.

Vou continuar lutando: nada vai me fazer parar. E mesmo se eu parasse Pararia continuando...continuando a lutar com o brilho do meu olhar, ou do meu colar de diamântes que ainda não é meu. Sim. Vou continuar a lutar...com o minha suprema dedicação a luta, com o meu supremo Amor a Vida.

De Jader Oliveira, Baseado no treino de Estefany Muniz na noite do dia 26-03-2010, na acadêmia de Judô Márcio Gomes, em Ariquemes- RO.

O Bruxo

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 04/09/2010
Código do texto: T2478946
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