Doracy
Era uma tarde quente e seca, era atípico o clima seco, chovia quase todas as tardes naquela região.
O céu límpido o sol escaldando o chão e eu ali sentada num banco da pracinha.
A cidadela de Tabóquinhas, situada entre as cidades de Ubaitaba e Itacaré, era limpa,
apesar de inúmeras crianças que brincavam pelas ruas com os seus, também inúmeros, cachorros
espalhados pelo chão devido à quentura das casas.
Intertida com o meu picolé de jenipapo (delicioso) não me fugiu aos olhos, o grande esforço de uma formiguinha vermelha para subir o degrau da escadinha da calçada. Ela carregava uma baita casquinha de pão, talvez até três vezes maior que o seu corpinho.
Eu fiquei impressionada quando ela venceu a subida e adentrou o matinho em frente ao banco em que eu estava sentada. Agachei-me para vê-la melhor e fiquei mais espantada ainda, eu desconhecia que formigas se comunicavam umas com as outras e só acreditei porque eu estava vendo, ela soltou a casca de pão e entrou num pequenino formigueiro e de repente saíram muitas formigas e foram até a casca de pão, trituraram a casquinha em vários pedacinhos e carregaram para dentro do formigueiro.
Eu fiquei muito impressionada e decidi escrever uma história sobre aquela conhecida formiguinha desconhecida, dei-lhe o nome de Doracy, porque minutos antes de vê-la eu pensando naquele calorão e no delicioso picolé de jenipapo uma menina de cabelos cacheados gritou “Doracy!”, então olhando para o chão eu a vi ali travando uma luta imensa para carregar a sua casquinha de pão.
O tempo passou e eu nunca a esqueci, eu já rasguei muitas folhas escritas, já tentei mudar o seu nome, mas é a Doracy que sempre volta e fica aqui rabiscando o meu pensamento. Faz muito tempo...
Isso aconteceu em 1988 e finalmente eu vou contar tantas coisas que povoaram os meus pensamentos depois que eu conheci a minha formiguinha, Doracy.
E como aquele esforço foi importante!
Durante a minha vida eu passei por momentos difíceis, e acreditem aquela formiguinha foi capaz de transformar muitas vezes a minha fraqueza em força!
E com a ajuda de pessoas queridas eu também venci.
Às vezes a natureza e os animais nos proporcionam sábias reflexões, eles amam com o amor desinteressado, eles amam porque amam e o amor se basta.
Quem ama cuida, protege, bendiz.
Os erros de português do texto, os amigos (as) podem me auxiliar corrigindo.(no comentário) Afinal sou amadora,
eu quero aprender para escrever lindamente como vocês.
Eu já tenho escritas algumas historinhas com formiguinhas. Pretendo publicá-las.
Imagens Google.