O ABELHUDO

Pensando em coisas boas, segui para o estacionamento. Ao me aproximar do meu carro lavadinho, brilhando, eis que vejo algo estranho: um dos pára-lamas amassado! Era o traseiro, do lado oposto ao motorista, portanto, daquele lado que eu nunca olho. Por isso, não pude jurar de pés juntos que aquilo tinha acontecido ali. Eu não bati o carro em lugar nenhum! Os rapazes diziam que eles também não... Batemos foi um pouco de boca. Deve ter sido na rua, curiosos palpitaram. Ou então ao entrar na garagem do seu prédio, um desconhecido insinuou... Contei até cinco e calei, não quis continuar a briga com alguém que apareceu não sei de onde e não tinha nada a ver com o pato, já que não moro em prédio e na minha casa nem tem garagem. O que ele queria era botar lenha na fogueira, sem perder a oportunidade de dizer que as mulheres são todas barbeiras...

Saí de lá pensando ‘é a vovozinha!... ou quem sabe, a sua mulherzinha’. Dois quarteirões adiante, acertei o pensamento: ‘barbeiro deve ser você mesmo! Quem me garante que não?’