Tempero predileto
Um funcionário de uma empresa volta ao trabalho após a sua hora de almoço com uma cara fechada e muito aborrecido, uma amiga curiosa ao lado comenta:
_ Nossa! Parec e que você comeu e não gostou.
O mesmo fica parado e ignorando o comentário iniciando o seu computador, um outro colega de sala de opnião lógica dialoga:
_ Não pode ser,se ele não estava gostando, por que continuou comendo?
E um outro companheiro de trabalho rebate poeticamente:
_ Talvez ele gostou, até mesmo adorou, e se aborreceu por ter chegado ao fim.
Nesse momento o homem aborrecido chora em soluços despertando a atenção de todos que alí estavam, se dirigiu ao banheiro e por lá ficou por alguns minutos.
O comentário a partir daí foi geral,a colega curiosa indagavam a todos se alguém sabia o porquê,o outro funcionário lógico sugeriu chamar a cozinheira do restaurante para que lhe fizesse outro prato, e por fim o comentarista poético opnou por um mistério maior do que o sabor da comida.
O homem entristecido voltou com o rosto lavado, porém os olhos ainda vermelhos, percebendo em cima da sua mesa um envelope lacrado, e todos da sua sala miravam a ele, quando abriu o envelope, vendo que era uma quentinha com garfo e faca de plástico, o funcionário lógico falou:
_ Eu sabia! Bem que eu tinha falado, espero que ele guarde para o jantar.
A colega curiosa só sossegou quando ele abriu a quentinha ficando surpresa com o conteúdo do alimento.Nesse momento de emoção, o funcionário de opnião poética se debulhava em lágrimas agarrando a faxineira e a ela dizia que a amava, coitada, distraída passava um pano no piso, ficando sem entender coisa alguma.
E aquele que antes aborrecido, agora risonho fitava o seu tempero predileto que não era um prato de comida era apenas uma fotografia da sua esposa posta na mesa e a sua aliança de ouro acompanhada com as chaves de casa, temperada com uma pitada de amor numa frase que dizia: _ volta pra casa meu amor.