Plurais Vênias.
Peço licenças, ainda que com atraso, pois já escrevo o que me vem à cabeça desde sempre. São licenças plurais como a pedir perdão pelos desvarios passados e futuros.
Dito o que acima disse, passo às licenças, com redundância mesmo, pois a vida é redundante e meus pensamentos repetem-se até que eu os esgote por ter aprendido ou por encontrar um novo alvo.
Peço vênia para a minha espontaneidade, porquanto acho incômodo fazer de conta que sou escritora séria quando sou amadora e como amadora não me dou bem com os sofrimentos da escrita como árdua missão.
Continuo pedindo licença para continuar exibindo minha sensibilidade cujo limiar ao rés-do-chão é responsável pela overdose de emoções que me anima e me abate, conforme minha percepção a alheia intenção.
Sigo com essa informalidade difícil de disciplinar, desejando ser perdoada pela afronta às regras que conheço e pela ignorância as outras normas que deveria conhecer.
Entram na lista os excessos e as faltas. Peco nos extremos quando carrego nas tintas e quando economizo palavras. Quando avanço demais em um assunto ou quando fujo do tema.
Mas é assim que busco a minha expressão mais pura, muitas vezes contrária às informações cada vez mais rápidas e múltiplas que a mim chegam, aumentando minha timidez que não é outra coisa senão o medo de errar ou de cometer injustiças.
Aproveito para dizer que amei à primeira vista a expressão plurais vênias , quando a encontrei no Memorial do Convento, do mestre Saramago e estou bem contente por poder utilizá-la neste momento.
Evelyne Furtado, 14 de agosto de 2010.