Fazer parte do 1º mundo exige exercer cidadania. 

     Diante do que está ocorrendo na política brasileira nestes últimos dias em relação as eleições, somos motivados a varias reflexões sobre a cultura da sociedade brasileira e colocar vários pontos de interrogações sobre algumas verdades culturais do seu povo. 

     O objetivo de qualquer nação é galgar rumo a respeitabilidade; atingir destaques no cenário mundial; estar sentado com os paises ditos mais civilizados; enfim, ser incluído nos grupo dos 7 (G7). O objetivo central dos paises subdesenvolvidos ou em desenvolvimento está na evolução rumo a um patamar mais elevado em sua categoria de respeitabilidade frente às super potencias mundiais. 

     Somente que existe um detalhe importantíssimo para que isto ocorra, e isto está relacionado a sociedade como um todo. Um país ele evolui e atinge novas conquistas a partir da evolução intelectual, de amadurecimento e consciência política de seu povo. Enfim, é adquirida pela da cidadania da sociedade. Uma conquista a nível de nação não ocorre por vontade de algumas pessoas, mas por um conjunto de fatores. 

     Infelizmente, o cenário político que estamos vendo e a reação de grande parte da sociedade através das pesquisas que vem sendo veiculadas após as ultimas denuncias de corrupção, especificadamente o caso da compra do tal dossiê, demonstra que estamos longe, muito longe da pretensão de sair sairmos do patamar de pais do terceiro mundo. 

     A sociedade brasileira está muito longe ainda de ser um país evoluído e consciente do que é cidadania, sendo assim, um país que embora tenha tudo para ser uma nação de destaque no cenário mundial, é totalmente atrasado. 

     Em qualquer nação onde o povo é mais evoluído em relação a cidadania, a pretensão deste governo a reeleição já teria sido desfeita. Pois, o que ocorreu neste ultimo escândalo é algo vergonhoso e que mereceria uma reação de imediata da sociedade de repudio, minando qualquer pretensão de reeleição do atual governo. 

     O episódio corrido (compra de um suposto dossiê) é muito sério. Não se trata de ser favorável a A ou B candidato. Se talvez fosse um ato feito pela oposição já seria um enorme escândalo. Porem, foi feito pelo candidato a reeleição, há dinheiro ilegal, não contabilizado. Em suma um dinheiro ilícito. Este crime cometido em si já tira a idoneidade do então candidato. Temos que ter em mente que governo não se faz por uma pessoa, mas por um grupo de pessoas. Quem governa um país na realidade é um partido se somando a outros. Mesmo que hipoteticamente o presidente fosse inocente, em tese, este crime já tira sua legitimidade e confiança. 

     Por muito menos, uma lei que foi ao desencontro da sociedade civil na França ( Lei do Primeiro Emprego), caiu varias pessoas do governo e houve a necessidade do recuo e revogação dela. Vemos cotidianamente paises do primeiro mundo onde o mínimo de escândalo já é o suficiente para depor, renunciar, prender. Alguns políticos chegam até o suicídio pela vergonha. 

     Se realmente fossemos uma nação de maturidade cidadã estaríamos vendo hoje nas ruas muitas manifestações de protestos, de repudio e estes fatos que estão ocorrendo, obrigando a mídia a noticiar em seus teles jornais. Esta situação é um verdadeiro escândalo nacional e que mereceria por parte da sociedade uma atitude “agressiva”. Está mais que notório que é um ato de corrupção e que certamente, não passaria em branco em uma sociedade de primeiro mundo, democrática e consciente de sua cidadania. 

     Finalizando, uma nação onde a sociedade sabe que seu governo é corrupto que usa de todos os meios possíveis para manter-se no poder e aceita, está ainda na categoria de um país totalmente atrasado a nível de democracia e cidadania. Isto certamente mostra que a sociedade brasileira tem muito ainda a aprender, evoluir no campo da cidadania para um dia ter a pretensão de sentar com as nações de primeiro mundo.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 23/09/2006
Reeditado em 23/09/2006
Código do texto: T247260