DE FLORES E VULCÕES (BVIW )

     No meu tempo de estudante universitária tive duas colegas de classe, das quais até hoje lembro.As duas eram muito bonitas, nem um pouco estudiosas, mas namoradeiras por profissão. Lembro de Rita (nome fictício), morena, cabelos ondulados e olhos lânguidos que pareciam estar   naqueles momentos em que o mundo é totalmente cor de rosa e o corpo é   um abandono só...Mas era só aparência, porque naquele corpo que parecia coberto de flores por fora tal o perfume que exalava, o fogo a consumia por dentro...Ela dizia abertamente para quem quisesse ouvir que nascera para consumir-se nos leitos amantes e que a abstinência do prazer carnal lhe roubava a vida. Hoje comparo Rita a um vulcão gestando suas lavas para explodir sem nenhuma condescendência para quem quer seja, só para o prazer.Olhos e corpo eram sua arma.
   Já a outra, era borbulhante como champanhe em finas taças, mas não para ser sorvida lentamente e sim tal como as águas de uma cachoeira que descem vertiginosamente em busca do leito do rio Era vulcão soltando suas lavas em plena erupção, atingindo quem estivesse por perto em espasmos de aberta sedução. Quem resistiria a
uma mulher   cuja aura era fogo puro? Esta tambem dizia que o mundo era pequeno demais para saciar seus sonhos de mulher amante do amor e não dos homens, embora os homens fossem objetos do seu desejo.
   Penso que há muitas pessoas assim, por fora tem a suavidade das flores, mas por dentro são fogo vulcânico. Certo, errado? Cada um sabe como quer cuidar das brasas e das cinzas do seu fogo interior. Só sei dizer que sem fogo não há vida. E se lembro das duas é porque talvez, naquela época eu queria ser fogo, mas não teria tido a coragem necessária para tanto.