Socorro! Eu tenho Dívidas!
Viver custa caro: segundo o Ipea (www.g1.com.br, 31 de agosto) mais da metade das famílias tem dívidas. Recentemente a Grécia quebrou e o consumo das famílias foi o grande responsável. Defendo muita coisa que parece insana, uma delas é a adoção integral do desapego diante da fúria do capitalismo. As pessoas não percebem, mas a ânsia do Ter as está consumindo aos poucos. Surge um novo tipo de escravidão submetida aos ditames das práticas e hábitos da sociedade: a dependência dos cartões, financeiras e bancos. Alguém está dominando o povo sutilmente e o preço, talvez, nos custe a própria alma.
Quem não deve não teme, mas quem deve, e deve muito, costuma fazer mais dívidas para pagar o que deve. A fila da vez não tem fim. Desfilam pelas ruas aposentados estampando no peito cartazes de Crédito Consignado sem consulta ao SPC. Tem gente que já deve tanto que nem que trabalhe o resto da vida, todos os dias, sem descanso, conseguirá quitar.
E quem diz que a Mecânica do Sistema quer interromper o ciclo? Pode-se comprar carros em 100 meses, casa em 120 e eletrodomésticos a perder de vista. O Brasil fatalmente mudou e questiono o quão dessa mudança tangenciou-se para o melhor. Indubitavelmente temos acesso a uma gama incomensurável de produtos e serviços que outrora nossos avós nem sonhavam. O conforto tem um custo e eis que aumenta à medida que cresce a volúpia das pessoas em busca da satisfação de um desejo que não se preenche.
Alcançada uma conquista, busca-se outra. A indústria de celulares, por exemplo, lança modelos sem interrupção abocanhando uma fatia de usuários ávida por crescentes novidades. Recentemente troquei de carro e a vendedora atenciosa expôs o uso do bluetooth.
- O que é isso? – Perguntei. Olhou-me como se visse seu primeiro alienígena. Explicou-me as funções. Mostrei o celular do arco da velha. Fez uma cara torta e decretou:
- O Senhor terá que trocar!
Vejam só. Terei que trocar o celular antigo, que funciona bem, somente por não ser compatível com a tecnologia automotiva. Ademais, não costumo atender celular no trânsito e só quem me liga são esposa e filhas. Resolvi manter o celular e o bluetooth vai ficar lá, sem uso, como um arcabouço de um futuro tecnológico que não sinto, ainda, necessidade de utilizar.
Busco a sabedoria, ao adquirir algo, de saber se realmente preciso. Dessa forma não excedo os gastos e equilibro despesas e receitas. Um grande equívoco de muitas pessoas é acreditar que o Cartão de Crédito e o Saldo do Especial são receitas. Uma vez ouvi um jovem dizer:
- Meu salário é R$ 1200,00, mas tenho R$ 2000 no cartão e R$ 1500 no especial. – Contava que tinha uma renda de quase R$ 5000, o que era uma ilusão. A lição da economia e do despojar das superficialidades é muito dura e difícil de ser aplicada, mas quanto antes apreendida, melhor.
Viver custa caro: segundo o Ipea (www.g1.com.br, 31 de agosto) mais da metade das famílias tem dívidas. Recentemente a Grécia quebrou e o consumo das famílias foi o grande responsável. Defendo muita coisa que parece insana, uma delas é a adoção integral do desapego diante da fúria do capitalismo. As pessoas não percebem, mas a ânsia do Ter as está consumindo aos poucos. Surge um novo tipo de escravidão submetida aos ditames das práticas e hábitos da sociedade: a dependência dos cartões, financeiras e bancos. Alguém está dominando o povo sutilmente e o preço, talvez, nos custe a própria alma.
Quem não deve não teme, mas quem deve, e deve muito, costuma fazer mais dívidas para pagar o que deve. A fila da vez não tem fim. Desfilam pelas ruas aposentados estampando no peito cartazes de Crédito Consignado sem consulta ao SPC. Tem gente que já deve tanto que nem que trabalhe o resto da vida, todos os dias, sem descanso, conseguirá quitar.
E quem diz que a Mecânica do Sistema quer interromper o ciclo? Pode-se comprar carros em 100 meses, casa em 120 e eletrodomésticos a perder de vista. O Brasil fatalmente mudou e questiono o quão dessa mudança tangenciou-se para o melhor. Indubitavelmente temos acesso a uma gama incomensurável de produtos e serviços que outrora nossos avós nem sonhavam. O conforto tem um custo e eis que aumenta à medida que cresce a volúpia das pessoas em busca da satisfação de um desejo que não se preenche.
Alcançada uma conquista, busca-se outra. A indústria de celulares, por exemplo, lança modelos sem interrupção abocanhando uma fatia de usuários ávida por crescentes novidades. Recentemente troquei de carro e a vendedora atenciosa expôs o uso do bluetooth.
- O que é isso? – Perguntei. Olhou-me como se visse seu primeiro alienígena. Explicou-me as funções. Mostrei o celular do arco da velha. Fez uma cara torta e decretou:
- O Senhor terá que trocar!
Vejam só. Terei que trocar o celular antigo, que funciona bem, somente por não ser compatível com a tecnologia automotiva. Ademais, não costumo atender celular no trânsito e só quem me liga são esposa e filhas. Resolvi manter o celular e o bluetooth vai ficar lá, sem uso, como um arcabouço de um futuro tecnológico que não sinto, ainda, necessidade de utilizar.
Busco a sabedoria, ao adquirir algo, de saber se realmente preciso. Dessa forma não excedo os gastos e equilibro despesas e receitas. Um grande equívoco de muitas pessoas é acreditar que o Cartão de Crédito e o Saldo do Especial são receitas. Uma vez ouvi um jovem dizer:
- Meu salário é R$ 1200,00, mas tenho R$ 2000 no cartão e R$ 1500 no especial. – Contava que tinha uma renda de quase R$ 5000, o que era uma ilusão. A lição da economia e do despojar das superficialidades é muito dura e difícil de ser aplicada, mas quanto antes apreendida, melhor.