Texto para o dia que destilaram o ansiolítico III. (Rascunho)
E em breve virá a temporada das outras flores. O retorno das chuvas, o tão esperado verde e o cheiro que sobe da terra quando umedece. O antes queimado mato, para o alto, bem depressa cresce. Contemplarão o céu sob as marquises, sem guarda-chuvas e, apesar de tudo, felizes ao vê-lo surpreender a todos com matizes e transformar o azul e branco num cinza quase grafite para, logo em seguida, tudo novamente clarear.
As mães ficarão preocupadas com as crianças que saíram de casa para festejarem nas enxurradas. As intermináveis crises respiratórias serão extintas numa guerra de bolas de lama. Não tardará, dentre de uma ou duas semanas, muitas delas ganharão olheiras ao cuidar dos seus filhos infectados por qualquer doença boba que os médicos não diagnosticam, mas insistem em apelidar de virose.
Enquanto a seca não acaba, o fogo queima a terra. A cor do céu desaparece quando arde em chamas o alto da serra, ou porque o forte vento encobre, com nuvens de poeira e cinzas, a visão. Nos quartos são sempre as mesmas bacias d’água sobre os pisos e toalhas molhadas nas cabeceiras. Nas cozinhas, poeira acumulada por cima das geladeiras, os panos de molho e mãos cansadas de tanto torcer e limpar.
A chuva trará o verde e o restante das cores. Nascerão diferentes belezas nas flores e frutos. Em dezembro os buchos ficam entupidos de tanto chupar manga. Já os ouvidos, doloridos com as broncas e gritos afinal, ao nascer, a gente aprende que é fantástico limpar a boca melada de fruta na manga da blusa. A natureza então respirará aliviada e o mofo da sua saúde trará as detestáveis crises alérgicas. Saudável, acabará com a beleza única do último clima. Entende-se, mas prometa dar o verde e também a força para, juntos dos ipês-amarelos, enfrentarmos a próxima seca.
E em breve virá a temporada das outras flores. O retorno das chuvas, o tão esperado verde e o cheiro que sobe da terra quando umedece. O antes queimado mato, para o alto, bem depressa cresce. Contemplarão o céu sob as marquises, sem guarda-chuvas e, apesar de tudo, felizes ao vê-lo surpreender a todos com matizes e transformar o azul e branco num cinza quase grafite para, logo em seguida, tudo novamente clarear.
As mães ficarão preocupadas com as crianças que saíram de casa para festejarem nas enxurradas. As intermináveis crises respiratórias serão extintas numa guerra de bolas de lama. Não tardará, dentre de uma ou duas semanas, muitas delas ganharão olheiras ao cuidar dos seus filhos infectados por qualquer doença boba que os médicos não diagnosticam, mas insistem em apelidar de virose.
Enquanto a seca não acaba, o fogo queima a terra. A cor do céu desaparece quando arde em chamas o alto da serra, ou porque o forte vento encobre, com nuvens de poeira e cinzas, a visão. Nos quartos são sempre as mesmas bacias d’água sobre os pisos e toalhas molhadas nas cabeceiras. Nas cozinhas, poeira acumulada por cima das geladeiras, os panos de molho e mãos cansadas de tanto torcer e limpar.
A chuva trará o verde e o restante das cores. Nascerão diferentes belezas nas flores e frutos. Em dezembro os buchos ficam entupidos de tanto chupar manga. Já os ouvidos, doloridos com as broncas e gritos afinal, ao nascer, a gente aprende que é fantástico limpar a boca melada de fruta na manga da blusa. A natureza então respirará aliviada e o mofo da sua saúde trará as detestáveis crises alérgicas. Saudável, acabará com a beleza única do último clima. Entende-se, mas prometa dar o verde e também a força para, juntos dos ipês-amarelos, enfrentarmos a próxima seca.