Amor, Poesia e Prosa.
O amor correspondido inspira belas poesias. Enquanto que para o amor enjeitado é necessário a prosa...
A prosa é o desabafo, o fluxo livre das palavras que ajuda a libertar a dor. Nem poeta e nem cronista, apenas o amante ferido em suas projeções me entenderá!
Cada palavra escrita é um estouro de sensações, provocando vertigem, a mão vacila, as lágrimas teimam, a boca fica seca, o peito dói. Erra quem pensa que o único motivo da dor é o amor enjeitado, grande parte dela é provocada pelo orgulho ferido, a incapacidade de aceitar a rejeição.
Escrever abranda a raiva, aquieta o juízo, esfria os intentos absurdos. As palavras não precisam fazer sentido, nem poderiam, pois, expressam o turbilhão interior. O importante é que expurguem um pouco o sofrimento e alivie o aperto do peito.
Nem todos que sofrem do mal de amor escrevem, não é isso que estou afirmando, pelo contrário, sei que a maioria não age assim. Quero dizer que a prosa é a escolha de quem elege a escrita como válvula de escape, que digam as muitas cartas de amor engavetadas, ou os e-mails não enviados, salvos na caixa de rascunho.