A SEMENTE DE UMA VIDA PLENA

Quem é sábio?

Aquele que aprende com todos os homens.

Quem é forte?

Aquele que vence as suas paixões.

Quem é rico?

Aquele que está satisfeito com seu destino.

Quem será honrado pelos homens?

Aquele que honra todos os homens.

(Provérbio dos Pais)

Em um mundo altamente competitivo, uma boa situação financeira pode ajudar bastante. Todavia, nem sempre é a solução, salvo obviamente com relação à miséria, onde a falta de dinheiro é determinante para o agravamento dessa terrível condição. Entretanto, os índices de violência e doenças nos países ricos não são baixos, principalmente de moléstias crônicas e de problemas mentais. No entanto, a melhoria da condição sócio-econômica continua sendo a única forma que a maioria das pessoas em todo mundo (pobre ou rico), tem buscado para encontrar a solução para os problemas terrenos. Como se acumulação de bens e a satisfação gerada pelo consumo fosse remédio para todos os males. Em parte, tal fato pode ser explicado pelo condicionamento incessante dos meios de comunicação de massa, induzindo a população a ir às compras.

Felizmente, observam-se indícios de movimentos contrários a esse comportamento. Curiosamente, nos EUA, muitas pessoas estão deixando uma vida cheia de “conforto”, mantida muitas vezes, por excesso de trabalho, por outra mais simples em ambiente mais tranqüilo. Ainda é uma tendência incipiente. Porém, o entusiasmo demonstrado por esses grupos estimulará outros a seguir o mesmo caminho. Todavia, os anseios da maior parte das pessoas, para uma vida plena continuam restritos a satisfação do corpo. A realidade mostra que essa postura é insuficiente. Para tanto, é necessário um perfeito equilíbrio entre o corpo e mente, quando isso acontece, nasce um novo Ser. Esse “estado de graça” deve ser o único objetivo a ser atingido por alguém que queira realmente ser feliz. Nada é mais completo do que a espiritualização do homem.

De modo geral, as religiões apontam a direção. Contudo, a vaidade e a sede de poder daqueles que controlam os principais credos desvirtuam e impõe barreiras a essa trajetória divina. O discernimento da essência do bem viver é fundamental para que se possa encontrar o tão almejado equilíbrio.Porém, não é uma tarefa fácil que exige muita sensibilidade. Todavia, os frutos de uma caminhada até a Luz compensam o sofrimento e dissabores advindos de tal empreendimento. Ademais, a percepção da efemeridade da beleza, saúde física, poder econômico e também da própria vida. Impele-nos a buscar algo mais sólido e permanente, capaz ocupar esse vazio imenso de nossa existência frustrante.

Na prática, como deveria ser essa nova vida? A fórmula varia de pessoa para pessoa, porém os ensinamentos de Moisés, Buda, Kandhi e principalmente de Jesus são alicerces para construção de um Homem espiritualizado. Certamente, o primeiro passo seria garantir boa saúde física, através de uma alimentação frugal, seguida de exercícios físicos e dormir bem. Com relação à parte espiritual, esse quesito, requer mais treinamento e determinação. Iniciaria por falar somente o necessário, praticar o silêncio oral e mental (meditação/oração). Trabalhar e estudar com entusiasmo e nunca queixar-se. Aceitar as adversidades impostas pela vida com dignidade, entendendo que tudo nessa vida é passageiro. Sobretudo, auxiliar quem de nós necessita. Observar que fazemos parte de uma única família, portanto, devemos AMAR nossos semelhantes e os demais seres viventes.

Conheci de perto, alguém que tinha uma postura semelhante a essa. Convivi com ela durante muito tempo e posso assegurar que levou uma vida realmente feliz. Os percalços do cotidiano eram enfrentados de forma simples e direta. Quando não dava para evitá-los eram assimilados. Sobretudo, sem desespero. A morte, momento crucial para qualquer vivente, foi enfrentada dignamente, sem desespero. Pois, partiu pacificamente desse mundo, na certeza do dever cumprido. Curiosamente, sua morte não foi sentida exageradamente pelos familiares. Depois do acontecimento fúnebre, Tudo naturalmente voltou ao normal, sem comoção.

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 30/08/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2468093
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