Um mundo por mim.

O que será de nós, todos, em vinte, trinta anos? Seremos fumaça, cinza, pregados nos ares de ventos escrupulosos? Será que tudo o que fazemos hoje terá algum valor, alguma significância? Ostentaremos o que hoje almejamos, ou sucumbiremos na ânsia de não conquistar o que queremos?

Seremos mortais, finitos. Seremos os mesmos, aprimorados. Quem busca a imortalidade se destrói, somos carne, matéria, e pensamento, mesmo que livre, limitado.

Alguns estarão mortos, outros com mais vida. Uma coisa é certa, cronologicamente estaremos mais velhos. Uma velhice senil, uma senitude física, é fato. Os vivos, ou com mais vida, mesmo que cronologicamente velhos, esses sim, estarão no ápice máximo da trajetória, pois a experiência nos traz segurança, e segurança é infinita. Vida é finita, segurança dura, enquanto houver vida, e por isso infinita. Daqui vinte anos precisaremos pensar mais, escrever mais, ler mais. Isso é o que precisaremos. O que não podemos é regredir. E a regressão é fácil, é pecaminosa, é atrativa. A depressão de espírito é cruel, pobre. Mais pobres ou mais ricos? Não importa. Necessitaremos estar mais puros, mais seguros.

Para que vivemos? Já te perguntaste?

Tudo o que fizermos, a partir de agora, perguntaremos: pra quê?