Interrogações?
"De onde viemos? O que somos? E para onde vamos?" Tais perguntas são título do legendário quadro de Gauguin. E me acompanham. Elas me assombram, me rondam, fascinam e me levam mais além do que qualquer resposta. E, quem pode ter respostas corretas para as indagações de Gauguin? Todas as noites costumo mirar o céu. É automático, basta anoitecer para observar as estrelas. Não existe aí uma busca poética, romântica ou, sequer religiosa. Não penso em versos, nem frases de amor, nem tampouco penso em que estrela possa estar Deus assentado, nos observando. Ao tocar nesse assunto, outra dúvida: de onde Ele estará nos observando? Ele existe? De que forma existe? Não há resposta. Minha atenção às estrelas, surge como forma de elevar minhas indagações rumo ao infinito. Somos poeira cósmica que, a qualquer momento, pode ser varrida por forças além de nossa compreensão.
Somos viajantes do espaço e nossa nave é esse planeta. Lá fora, o que existe? Seguimos incapazes de nos projetarmos fora de nosso cotidiano, de nossos pequenos universos e dramas pessoais para compreendermos o mundo em que vivemos. Incapazes de enxergar além da griffe, além do voto, além da posse ou da crença cega e inquestionável. Há quem sequer perceba que o sol é uma estrela e que, ao redor dessa estrela, existem nove planetas, sendo que em um deles, a Terra, existe vida (não inteligente, como diria Carl Sagan, mas racional). No entanto, cada estrela no céu é um sol, localizado há distâncias incalculáveis. Quanta vida existe em torno de cada um desses sóis? Melhores que nós? Piores que nós? Mais humanos? Amam? Para o universo, que importância têm as preocupações humanas? Que tempo temos? Ao olhar para as estrelas, vislumbro um universo que minha mente é incapaz de conceber. Sou incapaz de compreender a grandiosidade do universo, tanto quanto sou incapaz de compreender a minha própria insignificância...