Menino III

Menino III

Devagar os anos vão se repetindo um a um, Tonzinho, na nova cidade, com os novos amigos, agora já é Danton, nome que lhe consta em certidão, e que por tão diferente ser lhe dá uma individualidade marcante. Em todo lugar que entra, quando lhe perguntam o nome diz Danton, ao sobrenome responde e tem outro?

Agora, seguro de seus ideais, firme e batalhador, no serviço respeitado por sua capacidade e responsabilidade, dos chefes admiração ganhou, longe da bebida e perto da religião, em trabalhos voluntários se empenhou, junto com a família amiga, da casa assíduo freqüentador, e os amigos que na religião ganhou, reergue uma obra destinada a oferecer aos mais carentes, ajuda, apoio e amor, sem distinção de raça, credo ou cor. Encontra neste trabalho a realização plena, o incentivo da sociedade, a alegria de novos amigos a juntaren-se a esta nova empreitada, vida nova, nova vida, cheia de bons ideais, logo é figura importante no cenário social da cidade, conhecido , respeitado, querido por todos que dele se acercam. Nunca diz um não quando solicitado a ajudar, ninguém mais se lembra do Tonzinho, que vivia de bar em bar, quando a cidade chegou.

Assim continua sua vida e da menina, há a menina, menina querida, que com um beijo de criança que mal sabia falar, lhe mudara a vida, que lhe dá sempre novas esperanças e alegria de vida. Com ela brinca, faz companhia, cuida e protege, não existe nada que menina peça, que lhe negue. Vê a menina, ano a ano crescer, de seus estudos e folguedos acompanha com prazer e que alegria, menina sempre o acompanha em seu trabalho voluntário, uma criança, mas bem palpitosa, falante, animada, menina mimada, de personalidade forte, com idéias e vontades, ao mesmo tempo equilibrada e racional.Com essa menina criança, novos trabalhos, novos rumos ao voluntariado foram dados, o serviço cresceu, se ampliou.

Menina criança era ouvida e respeitada e foi assim crescendo, junto de Danton tornou-se menina adolescente, com seus problemas e anseios, onde no amigo querido toda confiança depositava. Para ele corria sempre que algo a incomodava, era o companheiro querido de todas as horas, o conselheiro, quem ajudava a esconder as travessuras de adolescente, não sem antes ouvir um sermão carregado de carinho, e tendo de prometer não fazer mais tanta traquinagem. Assim Menina se sentia protegida, sabia que com isso dos pais castigos não receberia, mas tinha de cumprir a palavra dada ao amigo.

Menina agora, sente-se gente, ouvida, respeitada em seus ideais, resolve deixar de ser menina, cresce, fica adulta, mesmo com pouca idade, assume sua personalidade e seu nome. Menina agora é Vanda, um misto de criança e mulher, decidida, até certo ponto bonita, alegre e brincalhona, adulta e criança ao mesmo tempo, as vezes tímida outras afoita como qualquer adolescente, mais preocupada com os trabalhos voluntários e seus estudos que com qualquer outra coisa, sente-se feliz assim, só não consegue ficar longe do amigo querido que acompanhou toda sua vida , secou seus choros, incentivou suas conquistas, ombro amigo e carinho, guardou seus segredinhos, orientou, esteve sempre presente em sua vida.

A menina agora é uma bela jovem, agora é a Vanda e o menino é o Danton, sempre juntos, se entendem, se conhecem bem, têm os mesmos ideais, lutam a mesma luta, a vida os uniu num mesmo ideal, no trabalho pelo próximo, amigos inseparáveis, conhecidos nas associações em que tanto trabalho tiveram para vê-las crescer, prosperar, nelas era impossível pensar no Danton sem a Vanda ou na Vanda sem o Danton, afinal diziam que éramos irmãos, irmãos que se queriam bem, que se entendiam e que ele por ser mais velho as vontades da irmãzinha querida sempre as atendia, com carinho e dedicação.

VANDA STENGEL
Enviado por VANDA STENGEL em 28/08/2010
Código do texto: T2464320
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