1967
Nos primeiros dias do ano de mil novecentos e sessenta e sete a movimentação era intensa no intuito da criação e instalação do Colégio Estadual Balbina Viana Arrais, tão sonhado pela municipalidade, especialmente pelo Sr. Prefeito Juarez Leite Sampaio. Na verdade, ele já havia sido criado por uma Lei apresentada na Assembléia Legislativa pelo deputado que nos representava, o Dr. Wilson Roriz.
Com a existência das escolas públicas lecionando o primá-rio, e, agora uma secundária, mediante a crise pela qual passava a escola particular provavelmente o ginásio Pe. Abath desapareceria.
O professor Júlio Macêdo Costa assumiu a direção da nova escola preservando assim o arquivo do Pe. Abath e o seu corpo docente, quase na sua totalidade. Discordo do meu amado mestre quando diz que o professorado permaneceu intocável, pelo fato de eu ter sido professora de Matemática do ginásio Pe. Abath, desde 1962, ter participado do curso de CADES para garantir meu direito de ensinar, e, não ter sido contratada para lecionar a disciplina, no Balbina Viana Arrais.
Mais tarde, em 1969, quando o professor João Ferreira Leite se afastou do Colégio para assumir novo trabalho, após ter passado num concurso, fui convidada por ele, para substitui-lo nas aulas de Matemática da 6ª e 7ª séries ginasiais. Assumi como substituta, contudo fui afastada na oficialização da situação, por motivos polí-ticos. Mais uma vez fiquei de fora. Só fui contratada para lecionar Matemática no Balbina Viana Arrais em 1974, por indicação política.
Com as contratações do ano de 1966, a Escola José Matias Sampaio, onde eu era lotada, atendeu ao maior número de crianças e agora havia duas turmas de admissão ao ginásio. As mesmas estavam sob a responsabilidade de Filomena Alves Araújo e minha, que dividíamos as matérias facilitando o nosso trabalho e oferecen-do aos discentes a opção de conviver com duas professoras.
Este ano a cidade foi presenteada também com a inauguração de mais uma escola primária estadual que recebeu o nome de Joaquim Gomes Basílio (meu tio avô) em homenagem àquele que foi prefeito de 1914 a 1916. “Homem pacífico como o pai (coronel Basílio) e jornalista cuja pena figurou na imprensa regional do se-manário Cetama que se editou em Barbalha sob a direção de Hen-rique Lopes”. Faço minhas as palavras do meu parente, o escritor Pe. Antonio Gomes de Araújo.
Este ano o destino da cidade passou às mãos do novo administrador, Emílio Salviano Alves, que durante o quadriênio realizou a obra de saneamento tão desejada por nossa população, instalou a primeira torre de televisão, no São Felipe, adquiriu o terreno e iniciou a construção do Posto de Saúde, construiu a caixa d’água que fica vizinho a IMAP e o prédio da Teleceará.
O mundo inteiro aplaudiu o Dr. Christian Barnard, que realizou o primeiro transplante de coração humano da terra. O ano findou nos dando a felicidade de brindarmos à vitória do meu primo Chico. Nossa família comemorou exultante a formatura do médico Francisco Leite de Lucena.