Domingo na Liberdade

Adoro São Paulo, por suas diferenças. Não por um sentido bairrista de quem vive aqui. Conversando com Seu Zé, sergipano de cepa, do delta rio do São Francisco, ele disse que sua filha é paulistana da gema. São Paulo tem dessas coisas, pessoas que vêm para cá e tomam a cidade como sua. Apropriam-se e dão um tom peculiar, que só sinto em Nova Iorque. Uma cidade cosmopolita, cidade mundial em mudança constante.

Moro há mais de dois terços da minha vida, com idas e vindas, sinto que é a cidade mais importante da minha vida, embora tenha inúmeros outros amores declarados por outros lugares.

Falo até porque agora estamos planejando nossa viagem para Porto Alegre, e aí fica mais fácil falar de onde estamos como vivemos, e até porque ainda estamos aqui.

Claro que muita gente conhece São Paulo. Meu cunhado mudou-se para Aracaju, trabalha numa agência de viagens, e faz excursões para... São Paulo! O povo sergipano adora vir em feiras, fazer compras na Rua 25 de março, ir ao Brás para ver as pechinchas. Avançar no Bom Retiro, nas lojas dos coreanos da Rua José Paulino. Conhecer o Mercado Municipal. Correr aos mega shoppings, e até ir aos grandes supermercados.

Falo do povo sergipano, como exemplo, até por ser da família. Quem sabe o cunhado me fala de alguma promoção nesses vôos hiper baratos, que você só descobre que existe depois que ocorreram... Excursões vêm de todo Brasil, conhecer São Paulo.

Não estou falando nada de novo. Mas existem lugares paulistanos, que são poucos divulgados, pelo Brasil (é agora, sinto-se em rede nacional). Ou apesar da divulgação os paulistanos (“da gema” ou adotados) não se arriscam.

Gostaria de falar de um desses lugares, que ficamos sabendo divulgam e você não vai. Não vai por quê? Preguiça, medo de se arriscar: Tá sendo divulgado, já pensou a fila! Ou sei lá um monte de outros motivos para você não sair de casa.

São Paulo tem isso, um monte de lugares para você ir, e simplesmente você não vai.

Tem explicação a cidade te absorve tanto, tem tantas coisas, que no fim você que ficar sem fazer nada “na boa”! Ou fugir nós estamos planejando ir para Porto. Mas aí que está a magia de São Paulo, rolam coisas que só acontecem em São Paulo. Temos uma lista de coisas a fazer ou conhecer, e a primeira delas verificar o tal do chinês ninja e o macarrão mágico.

Está no bairro da Liberdade, bairro que já foi dos negros, dos japoneses, e hoje é o bairro Oriental, de todos nós.

Domingo dia de sol, depois de um inverno chuvoso, olhe a festa. Ruas cheias de gente, cheiro de comida desde a estação do Metro Liberdade. Feira de artesanato, entrepostos de comidas orientais. Japonesas, chinesas e coreanas. Muita gente bonita e de bem com a vida. Visual do Bairro Oriental, lanternas, jardins, gente de roupas típicas. Uma festa sempre...

Você pode até ter visto ou ouvido falar, mas ir ver a massa tipo pão se transformar pelo malabarismo do chinês ninja. O chefe cozinheiro malabarista transforma tubos de massa em fios. É um show! Coisa que nenhuma mãe ou nona faz.

A comida é deliciosa e farta. Comemos um Yakissoba chinês, com carne de frango, de vaca e camarão, rolinhos primavera crocantes e deliciosos.

Tudo isso vale a visita, além dos preços baratos. Vá cedo para não pegar muita fila.

Além do chefe cozinheiro, a mulher chinesa no caixa, com um português de chinês, resolve todos os problemas. Os garçons atendentes nordestinos com extrema simpatia, nos informam dos pratos.

Vi o chefe cozinheiro chinês, na televisão há alguns anos. Veio para uma demonstração culinária de gastronomia. Veio e ficou, paixão, amor por São Paulo é assim...

Veja o vídeo Este é o cara:

http://il.youtube.com/watch?v=dUaKZOV_BU4&feature=related

Restaurante Rong He

Endereço Rua da Glória 622 a

Em tempo: Você não encontrará talheres (garfo e faca). Uma tesoura de cozinha vem junto ao prato, para cortar os longos fios de macarrão.

Dica sergipana : Se você não estiver habituado ao “hashi” (pauzinhos) para comer, leve elásticos comuns de escritórios, enrole na ponta que você vai segurar, e você tem uma prática pinça.