UM CAUSO DE AMOR E PAIXÃO - CORINTHIANS 100 ANOS DE GLÓRIAS!

UM CAUSO DE AMOR E PAIXÃO

PREFÁCIO

Esta homenagem é direcionada para todos os personagens marcantes e os anônimos que fizeram, fazem e farão a historia deste grande Gigante do Futebol mundial, chamado Sport Clube Corinthians Paulista, fundado em 1º de setembro de 1910 no Bairro do Bom Retiro à luz do lampião de gás.

É também uma homenagem particular para O Tércio Santana de Araujo (Tutes), Zé Braga e filhos, Juraci do Derba (o tucano), Luiz de Belaisio, Eltinho, filho de Tutes, todos da Bahia. Marco Antonio (o pizza) e Ailton, ambos ex-colegas do Banco Itáu e a família Mesa Campos, corintiana de quatro costados cujos membros nasceram e cresceram no Bairro do Tatuapé amando este clube tão maginífico, e que são verdadeiros apaixonados pelo Timão.

As pessoas citadas são grandes corintianos que me deram o prazer de desfrutar da amizade e do convívio com todas elas, seres fantásticos que dão o exemplo de que podemos torcer para times diferentes e, convivermos harmoniosamente no dia a dia das nossas vidas: Eu os escolhi para serem os representantes desta nação tão fantástica chamada de nação Corintiana,que,juntamente com o time, protagoniza de maneira tão maravilhosa, a história do Futebol Brasileiro e, que também determina a grandeza de todos os demais times , adversários dos prélios há cem anos.

O Autor

PRÓLOGO

Quando Deus chamou Abraão e mostrou-lhe as estrelas do céu e profetizou que, a sua descendência seria incontável como as mesmas, isto se confirmou milênios depois desta Profecia Bíblica ter sido exarada, e esse dado está na história atual da humanidade, inclusive nos inúmeros conflitos e na quantidade de descendentes espalhados por todo o mundo,incontáveis quanto as estrelas do cosmos.

Quando o conto de Cora Coralina, ”Tragédia na Roça” veio ao conhecimento do público, iniciou-se ai a história de uma grande escritora que nos encanta até os dias de hoje, marcante pela sua trajetória de vida, algo enormemente maravilhoso no contexto da literarura brasileira.

Quando, Antônio Pereira, Joaquim Ambrósio, Anselmo Correia, Carlos da Silva e Rafael Perrone resolveram fundar um clube de futebol.sentados em frente a uma confeitaria no Bairro do Bom Retiro, apenas alumiados com a luz de um lampião de gás,tiveram a idéia de fundar um clube operário para jogar nas várzeas paulistanas escolhendo o nome de Corinthians, inspirado pelo Clube Inglês de estudantes chamado de Corinthian Casuals Football Club, e que fez muito sucesso quando da sua visita ao Brasil,eles jamais pensaram que aquela simples luz de lampião e a ideia deles seria iluminda para todo o sempre com a maior luz, onde o amor e a paixão seria o brilho maior de uma grande estrela.

Os cinco operários que fundaram o Corinthians não sabiam que os deuses do futebol já tinham feito a mesma profecia que foi feita para Abraão ,também foi feita para este novo time do futebol paulista.É como o conto de Cora Coralina que passou ao conhecimento público iniciando a sua história em 1910, o Corinthians também nasceu neste ano de 1910. Como Abraão que teve a sua descendência passando a ser incontável até os dias de hoje,também surgiu uma legião incontável de seguidores apaixonados pelo Corinthians,iniciando assim a história da maior paixão do futebol paulista de que se tem conhecimento nos anais do nosso futebol.

Corinthians, o único time da história a nascer com cinco estrelas brilhantes, ou seja, as estrelas dos cinco operários fundadores.O único time a ter quatro letras C no seu currículo: C de Corinthians; C de Centenário; C de Campeão; dos Campeões!

TRÊS MOMENTOS E UMA ESPERANÇA IMORTAL.

Esta historia começa lá no interior da Bahia com o meu amigo Tutes, o personagem desta história de amor e paixão. Um corintiano que, quando adolescente, ao passear por São Paulo, vindo do interior foi capaz de andar do centro da cidade até a fazendinha para ver o time do seu coração, jogar O Corinthians.

O primeiro momento pelo qual iniciei o acompanhamento da paixão desse meu grande amigo para com este time que exerce uma magia sobre os adversários e torcedores, foi em 1972, quando da semi-final do campeonato brasileiro deste mesmo ano, e bastava um simples empate contra o Botafogo do Rio de Janeiro para o Timão estar na final,e, quem sabe, já sair daquela fila que incomodava muito o meu amigo. O Corinthians marcou primeiro. O botafogo empatou e no final virou o jogo. O meu amigo acompanhava a transmissão pela Rádio Globo do Rio, com a narração do Jorge Curie “atirou....é goll....golllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll ;o locutor deu uma pausa antes de gritar em definitivo, dando a impressão de que o gol não valeria,mas valeu e o meu amigo desligou o rádio desanimado mas sempre esperançoso e renovando sempre as esperenças para o ano seguinte.

O segundo momento foi em 1974, quando o Corinthians fez uma campanha impecável no paulista do mesmo ano, ganhando o primeiro turno mas, ao invés de tentar ganhar logo o segundo para acabar de vez com a fila, resolveu treinar em Águas de Lindóia se preparando para a grande final e, ela chegou. Era contra o Temível Palmeiras. O favorito era o Corinthians ,pela melhor campanha e , como o primeiro jogo no meio de semana terminou empatado, bastava mais um empate para o Timão enfim tirar o grito entalado da garganta.

O Vicente Mateus, então presidente do Timão, se utilizou da estratégia de comprar o passe do Cezar Maluco, centroavante do Palmeiras e fez valer uma cláusula,cláusula essa de que ele não poderia jogar a partida final,mas, por ironia do destino, coisas que só aconteciam com o Timão, o maior jogador da sua história, o Roberto Rivelino,apelidado de o Garoto do Parque, perdeu a bola para um adversário que, em poucos toques chegou até as proximidades da meta alvinegra e, quem fez o gol? O Ronaldo, jogador que substituiu o Cezar maluco. A torcida se calou diante do time travado, sem nenhuma reação para buscar o empate que lhe daria o título: Mais uma vez a fila sem títulos aumentava e a decepção do meu amigo também; junto com ela sempre renascia a esperança.

O terceiro momento aconteceu em 1976, quando o Corinthians chegou à semi-final do campeonato brasileiro,contra a temível máquina tricolor, O Fluminense Carioca, que tinha em seu elenco o ex-ídolo, Roberto Rivelino, jogo realizado no Mário Filho, O Maracanã. Nesta semi-final a torcida do Corinthians deu a maior prova de amor e paixão quando, mais de sessenta mil torcedores encheram das cores preta e branca o via Dutra, invadindo a cidade maravilhosa com a sua presença. Para aos paulistas poderíamos dizer que havia uma diáspora colorida de preto e branco. Para os cariocas poderíamos dizer que estava havendo uma invasão em preto e branco. Acho que nem na invasão francesa tivemos tanta gente envolvida. O time correspondeu em campo e venceu a temível máquina tricolor nos pênaltis; mas o Maracanã não ficou em silêncio como em 1950. A orbe preta e branco com mais de sessenta mil componentes fez a festa;uma apoteose na terra da apoteose; o Timão estava na final do campeonato brasileiro contra o temível Internacional de Porto Alegre e o jogo seria na Capital do Rio Grande do Sul.

O domingo dia da final finalmente chegou e o meu amigo, tenso e nervoso, com uma ansiedade terrível,a ansiedade de ver o grande sonho realizado ou prorrogado, chegou até a quebrar o rádio de pilha de três faixas da marca Mitsumbishi.Mas não adiantou quebrar o rádio! O Timão perdeu o jogo de dois a zero,e os cacos da derrotas tiveram que ser recolhidos para recomeçar tudo de novo no ano seguinte. Houve até gol bastante discutido onde houve uma cobrança de falta e a bola tocou o suficiente após a linha da meta, e mais uma vez o timão na fila, tirando as esperanças do meu amigo esse juiz contra o timão enxerga tudo,vai ter olho bom assim no inferno!Mais uma vez ele ficava triste,mas esperançoso, sempre na certeza de que no ano seguinte irá dar certo.

A VIDENTE.

Estávamos já no início do ano de 1977. O Timão não estava tão bem na Taça Libertadores da América. Na varanda da casa onde morávamos, o meu amigo Tutes contou-nos um fato interessante.

“ Eu estava fazendo o censo rural com um pessoal, eis que um colega me apontou uma cabana no meio do mato, contando de que se tratava de uma senhora vidente, cuja lenda dava conta de que ela nunca havia errado uma previsão ou um acontecimento. Pedi para levarem-me até a senhora e ao chegar lá após as nossa apresentações, perguntei a ela o seguinte:

- Quando o meu Corinthians será campeão?

- Quem é esse curintia?Perguntou. Expliquei a ela o quem era o Corinthians toda a história e ela respondeu o seguinte:- Esse curintia vai chegar no lugar que ele está buscando neste ano. Mais a caminhada não será fácil. Haverá muitos trupiquões(quedas, tropeços) muitos mata burros (tipo de ponte que impede a passagem de animais) mas ele vai chegar.Sinto isso meu fio.”(Esta também foi a tônica da grande equipe esportiva recém formada – da Rádio Globo de São Paulo, comandada pelo extraordinário Osmar Santos slogan da Rádio era: O Corinthians será campeão; A Equipe Esportiva da Globo garante)

O meu amigo até Fez uma promessa de não viajar para a temporada de pesca nas suas férias, se a vidente acertasse a previsão.

-A LONGA CAMINHADA NA SINUOSA ESTRADA

1977 - O início do campeonato paulista para o Corinthians não foi fácil. Tropeços e mais tropeços. O Vicente Matheus foi até Belo Horizonte e contratou o Wanderley Eustáquio , vulgo palhinha, grande atacante do Cruzeiro para reforçar o time. Na estréia derrota por goleada para o Guarany, em um jogo realizado às 11:h de um domingo, jogo que culminou com a queda do treinador à época,cujo nome não me lembro; e após a queda do treinador, os ventos, misteriosamente começaram a soprar em benefício do Corinthians. Era ano de eliminatórias para a Copa do mundo na Argentina e, em função de um empate entre a seleção do Brasil e a da Bolívia, o então treinador foi demitido e, por ser um treinador vitorioso, o Matheus rapidamente o contratou. Seu nome: Oswaldo Brandão. Coincidentemente o treinador do Corinthians campeão paulista de 1954, o último título conquistado e que estava prestes a completar 23 anos de aniversário neste ano de 1977.

O início da trajetória do Técnico Oswaldo Brandão e Corinthians não foi muito fácil até o time engrenar e chegar no breu. Vicente Mateus queria mandar jogador embora o diabo a quatro e, o treinador do alto da sua sapiência encostou o presidente no alambrado e disse para ele deixar o time laborar em paz e o resto seria com eles em campo. E finalmente a longa e sinuosa estrada com muitos obstáculos ao longo dela ficava para trás. Só faltava atravessar uma ponte para chegar ao lugar almejado na outra margem.

O ÚLTIMO OBSTÁCULO - A TRAVESSIA DA PONTE LONGA DE MAIS

Finalmente o Timão deixava a estrada para trás e começava a travessia desta ponte que era terrível. O primeiro obstáculo foi vencido com um gol de nariz do craque Palhinha. Mas faltava o segundo obstáculo que se fosse vencido, o restante da travessia já estaria liberado, só que o Timão derrapou; perdeu o jogo por dois a um,depois de estar ganhando,permitindo a virada, e teve como punição um terceiro obstáculo a vencer para poder chegar ao destino final, tão sonhado.

Não foi fácil. Jogo terrível, amarrado. Expulsão de Ruy Rey da Ponte Preta, jogo chegando nos momentos finais do segundo tempo, torcedores apreensivos roendo as unhas, não só no Morumbi, como espalhados pelo o Brasil e por todo o mundo. Surgiu uma falta assinalada pelo bandeirinha e que existiu. Foi clara e indiscutível. Veio a cobrança. Bola batida vai volta vai e volta até que Basílio vem para ..................milhões de torcedores preparam e dão o chute na bola e o Basílio marca o gollllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllle o grito sai do coração ultrapassando o esôfago e garganta e ecoa por todo o mundo. Na mídia locutores como Fiori, Osmar Santos, José Silvério e tantos outros marcam as suas carreiras com um momento tão singular como este. Finalmente o Timão saiu da fila! Acabou meu Deus acabou! É a voz da Eliza torcedora símbolo do Corinthians. Vejo o meu amigo Tutes feliz da vida, acompanhado da sua família. Vejo o Zé Braga acompanhado de filho e filha correndo com a caixa de fogos presas na axila gritando, Curinthians Campeãooooooooooo. Vejo o Juraci Tucano feliz da vida dizendo agora ninguém nos segura mais, bastava o primeiro. Vejo o Luiz de Belaisio gritando Campeão,Campeão! Vejo Lula de Zé Braga e irmão gritando é campeãooooooooo. Atrás torcedores dos outros time que torciam para o Corinthians ganhar o título vão a festa para bicarem bebidas.

EPÍLOGO - A APOTEOSE VERDADEIRA

Quando a torcida invadiu o Rio de Janeiro, em 1976 , ainda não sabíamos de que se tratava de um ensaio geral para 1977 para a apoteose na Avenida Paulista que,por Decreto Lei deveria passar a ser chamada de Avenida Corinthians Paulista,tamanha foi a festa que a torcida fez com todo o colorido da paixão e da alegria.Aliás eu decreto: A partir de 1º de setembro de 2010 , a Avenida Paulista passará ser chamada por todos os Corintianos de Avenida Corinthians Paulista, em homenagem a esta torcida fantástica, minha adversária, mas fantástica!

Corinthians, a tua grandeza faz do meu time tão gigante quanto você. O futebol paulista não seria gigante se você não existisse. Na sua história, pobre fica milionário rindo da própria dor e alegria. Uisque vira cachaça e cachaça vira wisque em matéria de paixão. E isso já dura há cem anos! ou um século como queiram. Já calcularam quantos meses, quantos dias, quantas horas , quantos minutos, quantos segundos, quantas lágrimas, quantos sorrisos, quantas tristezas, quantas alegrias nestes cem longos anos! Tudo se resume no amor e na paixão.

PARABÉNS CENTENÁRIO CORINTHIANS CAMPEÃO DOS CAMPEÕES!!!!!!

PARABÉNS CENTENÁRIO CORINTHIANS CAMPEÃO DOS CAMPEÕES!!!!!!

Do palmeirense

Joãozinho de Dona Rosa