Macambúzio

Macambúzio

Tinha razão D. Marisa Letícia, nossa primeira dama, quando reivindicou a cidadania italiana para seus filhos e netos alegando que queria um futuro melhor para eles. Com isso ela mostrou para o mundo que, na realidade, o Brasil não é um bom lugar para se viver apostando no futuro. São muitas as razões que me levam a esta conclusão, porém destacar apenas uma, com absoluta convicção de que não estou errado. Vejamos:

O governo FHC aprovou o malfadado FATOR PREVIDENCIÁRIO, sob os protestos veementes do Partido dos Trabalhadores. Antes, o cidadão Luiz Inácio da Silva (ainda não tinha Lula no nome) foi aposentado com 43 anos de idade e com menos de 25 anos de contribuição para o INSS, recebendo hoje um benefício de R$ 4.509,68. O senador Paulo Paim (PT/RGS), defendeu com unhas e dentes a derrubada do maldito fator. Por diversas vezes tentou provar que não existe déficit na Previdência Social. A derrubada foi aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados, mas, quem tanto criticou FHC, quando da implantação do fator, o Presidente Lula, vetou a extinção. Para derrubar o veto presidencial, necessário se faz que o Congresso Nacional se reúna e vote a derrubada ou não do veto, este, porém sob o comando de Sarney reforçado por Collor, Renan, Michel Temer e outros amigos de Lula, evidentemente, não têm o mínimo interesse de levar ao plenário a derrubada do veto. Estão todos empenhados em eleger a companheira Dilma. Após esse relato, convém alertar aos amigos leitores sobre o que significa, hoje, contribuir durante 35 anos e seis meses, vinte e cinco deles pelo teto máximo e ao completar 60 anos (17 anos a mais do que contribuiu nosso presidente), requerer o benefício da aposentadoria por tempo de contribuição. O leitor terá uma desagradável surpresa: o benefício será de apenas R$ 2.075,00, sujeito ainda aos descontos para o Imposto de Renda. É bom lembrar que após os 60 anos, você é considerado um idoso, vulnerável, portanto, a diversos malefícios (hipertensão, diabetes etc.). Não se desespere você terá a eficiente assistência médica do SUS, mesmo que tenha de enfrentar algumas filas e ser mal atendido. Como não sei quem nos enganou mentindo, - o senador Paim ou se foram os assessores do presidente, resta-me a desconfortável conclusão de que o meu país, não é um bom país para se envelhecer, pelo menos quando não se tem vergonha de ter sido honesto e, em assim sendo, cabe, por fim, aos moços, combater a estultice dominante a fim de que o futuro não seja tão sorumbático para eles, quanto o que se apresenta para os idosos de hoje. Em 03.10 próximo, teremos uma ótima oportunidade, se não de revidar, pelo menos de tentar reverter o que, infelizmente, está posto.

Rui Azevedo

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 26/08/2010
Código do texto: T2461679