Falso conhecimento

       A ciência séria, não a pseudociência, ou o charlatanismo, ou a ficção transvestida de falaciosa verdade, ainda é muito pouco divulgada entre a maior parte da população.
 
       Como me dói, ter acesso a uma pesquisa, feita nos estados unidos, em que mais da metade dos professores americanos, incluindo-se aí professores universitários, acreditam que a idade da terra é de cerca de seis a dez mil anos, graças apenas a divulgações religiosas. Um percentual semelhante não acredita ou não aceita a evolução. Para estes, fomos criados para sermos os representantes diretos de alguma forma de vida superior, e a natureza nos foi dada como um lote de terra para que nos utilizássemos dela. O criacionismo tradicional ainda é a forma como a maioria dos americanos visualiza a origem do homem.
 
       Neste mesmo rastro, existe uma verdadeira multidão de pessoas que acredita que somos resultado de alguma experiência laboratorial de seres espaciais, como pregado pelo pseudocientista e autor de ficção “Zecharia Sitchin”, em várias publicações, entre elas O GENESIS REVISITADO e o Décimo Planeta- o planeta X.

       Conheço pessoas que acreditam piamente na existência do NIBIRU, do planeta X, do fim do mundo em 2012 e da existência do povo alienígena conhecido como Anunnaki, entre outras irresponsáveis verdades pseudocientíficas.

 
       Tenho Amigos que não aceitam ter evoluído biologicamente de símios, e destes de mamíferos mais antigos, e assim por diante.

       Se hoje aqui estamos, devemos a vários cataclismos que, cada um deles, praticamente erradicou a vida da terra, e permitiu um novo recomeço da variedade de espécies.
 
       Em cada cataclismo, seres dominantes foram erradicados. O mais recente deles, ocorreu a cerca de 65 milhões de anos, extinguindo uma bem estruturada biologicamente espécie, os répteis, que já dominavam completamente a terra por mais de 160 milhões de anos. (Apenas como referência, estimamos que a origem da caminhada humana se deu, desde os primeiros hominídeos a cerca de 5 milhões de anos (ou no Maximo 9 milhões de anos), até chegarmos a homens modernos, Homo sapiens sapiens. Mais curta ainda é a nossa existência, se apenas nos referirmos a nossa existência como homens modernos, neste caso existimos tão somente a cerca de 100 mil anos. Isto frente aos 160 milhões de anos de domínio dos dinossauros, faz de nossa existência um quase nada temporal)
 
       Antes deste último cataclismo os mamíferos eram reduzidos a pequenos animais, parecidos com pequenos ratos. Somente o fim avassalador dos repteis permitiu que uma insignificante espécie de mamífero, pudesse procriar, e por mutações sucessivas criar a variedade de espécies conhecidas hoje de mamíferos.
 
       Mas a verdade é menos importante para uma enorme fatia de pessoas, do que a crença em palavras sem o menor conteúdo científico, e defendidas como verdades.
 
       A ciência não mente. Como em todo grupo grande de pessoas, devem existir cientistas inescrupulosos, e estes podem mentir, mas a ciência, diferentemente de crenças em revelações, tem seu processo de filtro natural. Nada é aceito como provado matematicamente ou cientificamente, se não corroborado e repetível por diversos outros laboratórios ou matemáticos.
       Um pequeno, mas enorme exemplo, foi a tão badalada divulgação da clonagem humana e da fusão a frio. Em curto espaço de tempo, diversos laboratórios científicos de respeito, desmentiram estas provas e a afirmação inicial caiu em ridículo, simplesmente por que não pode haver ciência não reproduzível por demais instituições.
 
       Mas é difícil exigir cultura científica, quando nossa população mal tem cultura geral. Alguns de nós mal sabe a diferença entre Ciência e Tecnologia, e que por mais anti intuitivo que possa parecer, podemos desenvolver tecnologia sem ciência (é obvio que será uma tecnologia de baixa qualidade e de aproveitamento restrito). Gosto de lembrar da revolução industrial, fortemente apoiada pelas caldeiras industriais, e não havíamos ainda desenvolvido a calorimetria, mas já nos utilizávamos da tecnologia das caldeiras. A reboque desta tecnologia, veio a ciência da calorimetria, que finalmente pôde dar produtividade e qualidade térmica as nossas caldeiras.
 
       Amigos. Investir em educação, em pesquisa e em ciência pode parecer para alguns perda de tempo, mas é esta ciência que vem salvando vidas e dando produtividade a nossas agricultura, pecuária e industrias, alem de permitindo equipamentos médicos de ponta que tem salvado milhões de vidas.


Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/08/2010
Reeditado em 25/08/2010
Código do texto: T2459015
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