Divergências

Nosso colega Jonny Silva me inspirou com sua “Mathilde - a mulher misteriosa”.

Em sua crônica o Jonny mostra o quanto duas pessoas podem ter um relacionamento instável baseado apenas na expectativa que um deles tem. Quando uma pessoa tenta mostrar o que pensa nem sempre agrada quem está ouvindo por não bater com a opinião desse ouvinte.

Imaginemos duas pessoas que têm certa atração um pelo outro, dessas inexplicáveis que dizem que Freud explica, mas nem tanto. Se essa atração se dá antes de qualquer contato não há como haver compatibilidade de atitudes ou opiniões. A partir daí tudo o que se diz e se vivencia juntos irá caracterizar o relacionamento como pacífico ou não. Aquela primeira impressão não se apaga, no entanto o perfil vai se transformando.

Quando qualificamos uma pessoa de alegre e bem humorada não queremos dizer que ela não tenha outros defeitos. Quando dizemos que uma pessoa não é boa companhia por ser muito séria não quer dizer que suas boas qualidades não nos deixam feliz e assim por diante.

Todos somos um poço de defeitos e qualidades e precisamos ter em mente quais os defeitos que melhor se encaixa em nossa tolerância. O mistério da Mathilde pode ser um frasco de perfume para alguém que por ele se encanta, assim como a seriedade de alguns pode ser a imagem de ser ideal que outros têm em mente.

Sei de gente muito alegre que não é bem vista por ser considerada cabeça oca, ao passo que conhecendo você conclui que é pessoa ideal para completar outro tipo de personalidade.

A Mathilde do Jonny seria o par ideal, a meu ver, para alguém totalmente aberto, que leva a vida vivendo aquilo que vê. Os opostos se encontram, mesmo que com atritos.

Ana Toledo
Enviado por Ana Toledo em 25/08/2010
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