Necessidades ou vícios?

“Preciso de oxigênio, preciso ter amigos, preciso de dinheiro, preciso de carinho”.

“Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor”.

Com certeza, entre vocês alguém já parou para pensar no limite existente entre necessidade e vício. Afinal, qual é o indicador que nos alerta quais são as coisas que realmente necessitamos fazer e quais são aquelas que nos viciamos a fazer? Seria simples tirar como base para esta questão as necessidades vitais do ser humano, beber água, comer, ir ao banheiro, amar...Porém, até a satisfação dessas necessidades envolve outros fatores; como trabalho, estresse decorrente do trabalho, sorte no jogo do amor e etc.

Para alguns uma cerveja após o trabalho faz-se necessária para aliviar o estresse, já outros bebem para aliviar o sofrimento de não possuir um emprego ou um amor. Mas, a pergunta é até que ponto um hábito como esse pode ser classificado como necessidade, quando se torna um vício? Creio que a resposta não reside na natureza do hábito e nem na sua motivação, mas sim no limite em que ele deixa de ser benéfico para tornar-se destrutivo.

Assunto complicado esse, tão complicado que até para mim é árdua a tarefa de identificar esse limite. Economizando palavras posso dizer que me identifico muito com a primeira citação presente nesta crônica, um trecho da letra meninos e meninas, composta pela Legião urbana. Porém, até mesmo nestas necessidades mais simples me questiono. Será que apenas necessito dessas coisas ou estou viciado nelas. Talvez eu seja um viciado em afeto, em dinheiro...Não quero avaliar isto! A verdade é que sou um ser cheio de necessidades comuns e com alguns vícios que me aliviam o estresse. Preciso escrever, preciso de uma cerveja, amar, arrumar o quarto. Não consigo ver, claramente, a diferença entre essas atividades, no entanto elas me fazem bem, me mantém vivo.

Buendia
Enviado por Buendia em 25/08/2010
Código do texto: T2458747
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