Num Espasmo Utópico.

Imaginei-me eternamente insone.

Principiei algumas ligações, contudo, logo percebi que nos sonhos os telefonemas dificilmente são atendidos.

Visualizei os motivos das facadas de Verlaine em Rimbaud. Mesmo assim não obtive soluções. O dinheiro não veio, as contas não foram pagas e o nome manteve-se no vermelho.

A Serasa não brinca, não manda e.mails em vão e muito menos perdoa débitos. Existe para isso.

A União é desunida. O Estado anda prostrado. O Município agoniza defronte o precipício e vivemos com o nó no pescoço.

A cada dia que passa acentua-se o aperto.

Nesta Nação de miseráveis, poucos, parcos, regozijam-se. Uma pena para eles, pena para nós.

Quando nada não é o bastante, meu amigo, é melhor correr rumo ao intervalo.

São quatro da manha. A que horas Cristo sucumbiu? Sei que para muitos essa palavra é incompatível com Cristo, apenas gostaria de saber.

O que estava urdindo neste dia há sete anos? 1999.15 de abril. Provavelmente uma sexta como hoje.

Lembro-me da faculdade, dos livros, dos caras, do bar, do metrô, das tias...

Cristiano Covas, 15.4.2006.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 25/08/2010
Reeditado em 07/04/2017
Código do texto: T2458120
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