CRÔNICA – Eleição presidencial
Não é de agora que venho dizendo que a candidatura da Dilma Rousseff, uma das mais bravas guerrilheiras daquela época em que os amigos e companheiros de Lula queriam tomar o poder à força, está vitoriosa, e agora poderá até mesmo ser no primeiro turno, eis que as últimas pesquisas indicam que o caminho será esse; não tem pra ninguém.
Claro que ela é uma espécie de “papagaio” do Presidente Lulalá, ou até mesmo uma “ventríloqua”, melhor dizendo, e no poder será a continuação do esquema até aqui desenvolvido pelo seleto grupo que comanda esta nação. Evidente que confirmada sua eleição quem vai governar na prática é o metalúrgico. Ele carrega a candidatura e não é de graça que faz isso, até porque a amizade que os une é de uma fortaleza incomensurável, jamais poderá ser rachada.
Muitos me perguntam o porquê de minhas afirmações quanto a estar praticamente decidida à eleição. Deveras simples. Quem acompanha jogo de futebol, por exemplo, sabe que quando uma equipe conta com ajuda externa, com apoios incondicionais, certamente ganhará uma partida. Ao seu lado tendo o árbitro e os auxiliares (ex-bandeiras) a favorecê-lo, e a federação a distribuir dinheiro a torto e a direito, e, como reforço, uma imensa torcida em campo, não haverá chance alguma de o adversário vencer. Como se diz na gíria: “Favas contadas”.
Repare bem, leitor. A Marina, que se apresentou como presidenciável, denominação imprópria, eis que só pode ser considerado assim quem tem condições de ser eleito, e ela nunca passa desse percentual de dez por cento. Ainda por cima, sempre que pode, e a título gratuito (?) faz alusão elogiosa ao seu ex-chefe Lula e ao governo que ele representa; logo, está tomando votos dos outros, pois associada à campanha oficial. Vale notar que está querendo colocar no seu palanque a figura, a foto do presidente Luiz Inácio, posição que seria inadmissível. O Plínio ainda faz suas críticas e tem uma visão que todo mundo já conhece, qual seja a de comunista, que é um eterno insatisfeito; os demais pretendentes, afora a própria Dilma e o Serra, são como um zero à esquerda nada vale, a não ser retirar votos também deste.
Estamos condenados a suportar por no mínimo cinquenta anos o comando do Lula, que se tornou o maior líder de todos os tempos no Brasil, porquanto sabe utilizar a sua demagogia em benefício próprio e daqueles de quem gosta. Por enquanto as coisas caminham bem, pois o Fernando Henrique Cardoso, apesar dos erros, deixou quase tudo pronto, inclusive o Plano Real em franca ascensão e foi só prosseguir na mesma política. Não houve, na verdade, nada de novo pelo menos na parte da economia, que continuou com um índice baixo de inflação, mas castigando àqueles que pouco ganham (o salário-mínimo deveria ser de quase três mil reais) e os aposentados estão sendo massacrados pelas lideranças governamentais no congresso e pelo próprio soberano.
Os grandes beneficiados de tudo isso são os bancos, que estão dando lucros extraordinários, aplicando taxas de juros exorbitantes. Contudo, quando entram em dificuldades (?) o governo socializa os possíveis prejuízos, comparecendo com vultosas somas subsidiadas para reforçar o capital de giro das instituições financeiras. Bom notar que o presidente Lula era o mais ferrenho adversário dos bancos nas eleições de 2002, mas vendo que iria perder resolveu caminhar lado a lado com os banqueiros, que são verdadeiros agiotas, não têm coração e nem pena de ninguém.
Abaixo, uma pequena mostra de taxas praticadas pelo Banco do Brasil, este que fora criado para contribuir com o desenvolvimento do pais, corrigindo os desníveis de renda existentes entre as regiões mais pobres e as mais ricas desta nação. São informações do próprio banco, documento em meu poder:
BB CRÉDITO AUTOMÁTICO 02 a 06meses (5,16% a.m 82,90%) a.a.
07 a 12 (5,28% a.m 85,42%)a.a.
13 a 24 (6,55% a.m 114,11%)a.a.
25 a 36 (6,55% a.m 114,11%) a.a
Não se quer aqui dizer que na época do FHC os juros eram baixos, todavia depois do “Plano Real”, feito por Itamar Franco na presidência da República e ele no Ministério da Fazenda a tendência normal, prática e esperada era mesmo a redução das taxas... Ainda estão sendo das maiores do mundo.
Salvo se ocorrerem fatos novos e os rumos da campanha do Serra mudar, passando a divulgar com insistência o que de negativo ocorreu neste governo (escândalos, desvios de dinheiro, sujeira no senado e na câmara, etc.), não haverá chance alguma de o tucano ganhar as eleições, nem mesmo chegar perto... Pode fechar o caixão... meus pêsames.
Era o que tinha a dizer.
Em revisão.