Avacalhação na Política
Não vamos aqui buscar a definição dos filósofos gregos para a política, no seu sentido mais nobre. Basta consultar o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, o ilustre alagoano que foi membro da Academia Brasileira de Letras, e lá está: “Arte e ciência de bem governar, de cuidar dos negócios públicos.”
A imprensa vem divulgando nomes de candidatos que pleiteiam o ingresso na política, sem o mínimo requisito para seu exercício. Pessoas que acham que a política é o espaço para aproveitadores, que se locupletam em função do cargo que ocupam.
Para administrar uma empresa privada exige-se qualificação específica do gestor, segundo sua área de atuação no mercado. Enquanto isso, elegemos pessoas que pensam apenas no benefício próprio, sem qualquer habilidade para administrar o bem público.
O programa eleitoral, através do rádio e da televisão, vem mostrando candidatos que ridicularizam o nosso eleitor, com o slogan de que em sendo eleitos “a coisa pior não fica.” Com isso, o eleitor que pensa em mudança fica sem alternativa e tende a votar nos que já estão, com receio de que tudo possa piorar. Os fichas sujas voltarão por falta de fichas limpas para entrar. Concretizam o pensamento de um respeitado político brasileiro: “Na política não há espaço vazio. Se os bons não ocupam, os maus ocupam.” E a avacalhação continua.