EDUCAÇÃO DOMÉSTICA
Chagaspires.
A atual conjuntura do país desencadeou uma série de acontecimentos vergonhosos, que se escondiam sobre a capa da inocência e da honestidade; fazendo com que toda sociedade brasileira mergulhe num profundo lamaçal carecendo de uma investigação minuciosa por parte daqueles que ainda acreditam nos bons costumes e na firmeza de caráter.
Os valores repassados tendem a esbarrar na ganância e na falta de escrúpulos, o que vem sendo a bandeira levantada por várias pessoas em todas as classes e que ameaça a nossa sociedade, aumentando a cada dia a certeza de que os ensinamentos repassados as últimas gerações, tem sido de péssima qualidade.
Hoje ser honesto é ser careta, é ser desatualizado, ou seja, já não é uma virtude, mais sim um defeito.
Entregar uma soma de dinheiro achada em um terminal rodoviário ao seu verdadeiro dono é noticia para jornal nacional.
O que deveria ser uma constante em todos os grupos, só é encontrado em um reduzido número de pessoas.
Tomando como base que seja ainda a família o alicerce da sociedade, creio que o material empregado na construção de tão importante grupo, está sendo de terceira categoria.
No meu tempo, os pais eram tidos como controladores e bastantes severos. Impunham métodos na educação doméstica, que são considerados inadequados pelos psicólogos e sociólogos hodiernos.
Quando não impomos limites, com certeza, as crianças que serão os homens do amanhã, não terão parâmetros para discernirem quando devem parar.
Enquanto pai e mãe não entenderem que são eles, o termômetro para aumentar ou diminuir a febre do entendimento familiar, a educação doméstica estará comprometida e sendo o lar onde tudo começa, com certeza não haverá uma sensível melhora no comportamento da sociedade como um todo.
Está faltando o tempero fundamental e antigo, que melhorou o sabor da educação da minha época.
Palavras que fizeram parte de minha educação doméstica, e que muito me ajudaram a ser uma pessoa honesta e consciente de minhas obrigações, foram:
“Se você não comer, o BICHO PAPÂO VAI TE PEGAR...”.
“Se teimares em ir, irás APANHAR...”.
“PAPAI DO CÉU NÃO GOSTA DE MENIMO MAU CRIADO...”.
“Vá pegar a sola para LEVAR UMA SURRA”. Etc...
Estas e muitas outras advertências que estão guardadas na minha lembrança foram um SANTO REMÉDIO e me fizeram compreender a importância de procurar obedecer.
Não deixaram seqüelas, muito pelo contrario, talvez se tivesse apanhado mais, poderia ter sido presidente da república brasileira, e não um simples major de Polícia Militar, feito do qual muito me orgulho.
Logicamente para toda regra existe uma exceção.
O homem é parte do meio em que vive e o exemplo dos pais, muito irá influir no procedimento dos filhos.
Outra coisa que muito contribuiu para uma nova e diferente educação doméstica foi à saída da mãe de seu papel de educadora do lar para ajudar a prover o sustento da família, fazendo com que ela (mãe), repassasse esta obrigação para a escola.
Na escola não podemos adquirir educação doméstica, adquirimos sim conhecimentos de bancas escolares.
Foi através dessa passagem de obrigações que apareceu a figura da tia; tia do berçário, tia da escola, tia, tia, tia... que não é a tia sanguínea, e que foi a maneira encontrada pela criança para repassar sua afetividade.
Essa afetividade repassada a outrem contribuiu sobremaneira para colocar em perigo, o amor da criança para com o pai e a mãe. Logicamente toda sociedade é culpada pela maneira inadequada da formação doméstica.
- A modernização dos meios de informações, também, muito contribuiu para com este desastre. O programa de televisão que adentra em nossas residências nos horários mais impróprios, tem causado efeitos catastróficos na formação de nossas crianças.
Os crimes mais diversos contra a moral e os bons costumes são apresentados na telinha, influenciando de maneira sórdida a índole dos que se encontram concluindo sua personalidade. O computador, a telefonia celular, e outros meios, também fazem aumentar a bola de neve da má formação.
Os hábitos salutares, como por exemplo, o momento de reunião a mesa, a união da família em frente à residência para o costumeiro bate-papo, entre outros, foram substituídos pelas longas horas passadas à frente da TV, onde as novelas e outros programas apresentam situações em que os personagens estão envolvidos com as mais variadas formas danosas ao comportamento humano.
Outro fato importante que vem causando um sério transtorno na educação e na formação familiar, e por que não dizer, na formação da sociedade, é a falta de temor a Deus.
O próprio Estado se encarregou de tirar do currículo de educação secular, matérias importantes como: organização social e política, educação moral e cívica, religião etc..., que afetaram diretamente o desenvolvimento amoroso das crianças e adolescentes.
Amor pela Pátria e principalmente o amor e o respeito pelas coisas divinas; são padrões necessários e que não devem faltar para um bom embasamento familiar.
A simples menção de “Papai do céu briga”, nos fazia compreender o quanto era importante à decisão de Deus em nosso cotidiano.
É na família atual, que encontramos os crimes mais bárbaros tipificados em nosso código penal: homicídios, roubos, latrocínios, extorsão mediante seqüestro, estupro, violência contra infância e a adolescência, drogas, prostituição infantil, etc...
Apesar de já previsto na Bíblia, o caos total em que se encontra a sociedade, tem causado uma constante inquietação, nos obrigando a modificar os valores da educação doméstica.
A conjuntura atual, muito tem contribuído para fortalecer nossa teoria.
Mudando o jeito de educar a família, com certeza, conseguiremos mudar o convívio social e econômico do nosso país, construindo homens e mulheres conscientes e honestos e imbuídos em praticarem uma cidadania alicerçada no temor de DEUS, no amor ao próximo, na amizade fraterna e na honestidade valores esses que devem nortear os padrões de vida da sociedade brasileira.