NA HOLANDA (primeira parte)

A Maria Olímpia fez uma homenagem ao Joe Paz, eu também vou fazer. Vou falar da Holanda, sem estranheza rs. Em épocas diferentes, lá estive três vezes, há muito tempo, sempre no inverno.

Na primeira vez eu estava com um grupo de universitários, vínhamos da Inglaterra, onde fizemos intercâmbio em casas de família e como viajávamos pela KLM fomos recebidos em Amsterdã com algumas regalias: coquetel em um hotel chique (não era o nosso) e jantar em um restaurante especial. Não me perguntem o que serviram, já não lembro mais. Lembro bem de como fiquei maravilhada com a cidade! Além daquele mundaréu de bicicletas, os canais recobertos com fina camada de gelo que ia sendo quebrada com o passar dos barcos... um encantamento de se ver! Achei uma delícia andar de um lado para outro atravessando pequenas pontes e olhando o casario tão diferente do nosso, com portas para o nada lá em cima, no sótão. Anne Frank não me saía da cabeça, eu imaginava a menina confinada, escrevendo seu diário... nem pôde aproveitar aquela beleza toda.

Adorei visitar o Rijksmuseum, ver obras de Rembrandt, Van Gogh e Wermeer. E gostei mais ainda quando uma amiga e eu resolvemos ir só as duas ouvir música clássica no Concertgebouw. Não tínhamos roupas apropriadas para a ocasião, evidentemente, nem por isso alguém olhou feio para nós. As mulheres chegavam vestidas de casacão, gorros, cachecol e botas, iam ao toalete e se transformavam. Tiravam da bolsa sapatos de salto alto, lá deixavam seus mantôs e outros apetrechos e se encaminhavam elegantíssimas para a platéia. Foi uma noite inesquecível.