Contatos de Terceiras Intenções

Estão todos lá, atrás nem sabem do que! Internautas da Internet, nos chat’s, nas salas de bate papo, nos MSN, nas páginas de namoros nacionais e internacionais. Simples códigos virtuais... Há que acredite que desejam ser reais. Mas, certeza não se tem.

São solteiros (as), são separados (as), são desquitados (as), são divorciados (as), são casados (as)... São talvez mal amados (as), são enrolados (as), são enganados (as) e são enganadores (as) de si mesmos... Quem sabe no fundo são pessoas carentes, senão ali não estariam.

Mas sentem falta de que? De quem? De onde? Pra quê? Pra onde? Movimentam-se...

Sim, todos com algum grau de terceiras intenções. Mesmo que passageiras, distintas, corporais, prazerosas, ilusórias... Esperam ou acreditam encontrar na rede o gosto da aventura. O gosto da fantasia que pode partir ao meio o que de fato não é inteiro. O que é metade no interior do peito...

Vão-se no tempo a perder-se em falsos quereres. Até quando não se sabe, pois o vazio nasce sem previsão... Nasce do frio, da falta de calor humano, de acolhimento, de carinho, de palavras, de sentimento...

E de coração solitário seguem como pássaros desgalhados e saudosos de um ninho...

Claro, podem se tornar paixões avassaladoras, podem se tornar amor verdadeiro, podem se tornar águas que movem moinhos e não águas passadas. Podem se tornar memórias boas, mas também podem se tornar embaraçadas e dolorosas lágrimas...

De tempos em tempos partem, para depois ressurgirem pelo vício da caçada e da caça. Em dias de festa beijam-se, comem-se, devoram-se em boa noite... Para no amanhecer torturarem-se por esperar a volta do que só existiu na alucinação...

Ah, mais a necessidade de respirar a fantasia, que faz contente - todo dia, todo dia, todo dia... É maior do que a razão, e mesmo correndo o risco de se viciar, das imagens, dos instantes, distantes e alienantes... Ainda assim, vale à pena experimentar: navegar, navegar, navegar.