CORAÇÃO ALADO
“Quando a gente tenta, de toda maneira, dele se guardar...
sentimento ilhado, morto e
amordaçado, volta a
incomodar...”
(Fagner)
Você é mulher ? E é romântica ? Que bobagem perguntar se uma mulher é romântica...Na verdade, embora algumas não aparentem, seja pelo estilo de vida que levam ou pelo modo como se expressam, penso que é inerente à natureza da mulher ser romântica (assim como é inerente ao homem gostar de futebol, embora nesse caso, acredite, eles estejam bem mais passíveis de exceções...). E não pense que estou me referindo a sonhos com príncipes encantados, nem que estes estarão a postos, esperando por você, com um buquê de flores e uma caixa de chocolates suíços nas mãos ( o que ainda não seria de todo uma má idéia...).
Aqui, quero falar das mulheres viciadas em paixão, viciadas em amar. Falo em vício porque parece uma droga, de tão fácil que é ficar dependente dela e de tão difícil que é largá-la...Poucas coisas no mundo são tão inebriantes quanto nos apaixonarmos. O mundo muda de figura, os problemas parecem menores (aliás, eles ficam do tamanho que realmente são...), o nosso semblante fica mais suave, mais feliz, muitas vezes até emagrecemos (quer efeito colateral melhor ?) ...as pessoas notam que alguma coisa mudou em você e algumas até adivinham o porquê, afinal, damos bandeira em tudo : no riso fácil, no cantarolar de músicas, no modo mais caprichado de vestir, no brilho do olhar e no viço da pele... Até aí, tudo bem, tudo 100 %...mas agora vem o famoso X da questão : Você é correspondida ? Bom, se for, ótimo ! Sonhos compartilhados, são os melhores de se viver e assim, você terá momentos intensos, com ocitocina e adrenalina sendo liberadas no seu sangue concomitantemente, gerando aquela combustão sem igual. E enquanto as duas partes envolvidas estiverem na mesma sintonia, até parece que o paraíso resolveu estacionar de modo vitalício à sua porta.
O problema desse vício ( afinal, você conhece algum vício que não traga contra-indicações ?) é que por vezes aquela sintonia tão afinada pode acabar, ou pior, nunca nem ter existido em lugar algum, fora na sua mente desmiolada. Daí, você entra numa espiral maluca, numa “nóia” que só sendo muito “cabeça” pra sair dela sem cicatrizes emocionais profundas. E o mundo desaba, e o stress volta com carga explosiva a bordo e a vida vira sinônimo de inferno. Você quer escapar daquilo, mas não sabe como e muito menos quando vai conseguir. Você precisa trabalhar, você precisa dar conta de seus assuntos pessoais e familiares...você precisa pagar sua contas, você precisa se alimentar para ficar de pé ! Mas na sua cabeça, a cada instante, só toca o mesmo disco ( ou mp3, ou i-pod, se preferir...), as lembranças vêm em cascata, junto com as lágrimas, e o apocalipse parece ter chegado para dar fim ao seu mundo... sem fôlego só de pensar nessa situação ? Eu também, pode acreditar.
Mas, e qual o remédio pra curar essa doença, antes que a morte do seu espírito lhe pegue de carona ? Indico dois (impressionante a evolução das coisas : doença tão grave, mas já com dois tratamentos disponíveis ! ), dos quais você deve escolher o que melhor lhe convier :
TRATAMENTO 1 :
> O TEMPO : senhor de todas as curas das dores d´alma. Mais cedo ou mais tarde, você vai sair dessa, porque, sendo bem clichê, tudo passa ( até uva, passa).
>Indicações : é a forma mais sensata de tratamento, pois leva ao amadurecimento emocional, já que todas as etapas do purgatório são cumpridas sem maiores paliativos
>Efeito colateral : recaídas depressivas, esporádicos choros convulsivos.
>Contra- indicações : ouvir músicas que remetam ao amor perdido, passar pelos lugares freqüentados por vocês dois, ligar para ele (nem que seja para ficar muda, só ouvindo o “alô, alô !” irritado dele...), e por fim, tentar reencontrá-lo.
.
TRATAMENTO 2 :
>APAIXONAR-SE NOVAMENTE : não há remédio de ação mais rápida e eficaz. Instantaneamente, seu equilíbrio é restaurado e sua atenção volta-se para o novo alvo, restando somente o desprezo para o “finado falecido” ( aqui, a redundância vale para dar maior ênfase à sua vingança).
>Indicações : favor, levar em consideração todo o sofrimento da paixão anterior, para que os pés não fiquem tão afastados do chão e a cabeça não chegue à lua.
>Efeito colateral : nova liberação de ocitocina e adrenalina no sangue, e todo o blá-blá-blá que já sabemos que acontece dentro de nós quando uma nova esperança de amor acontece.
>Contra-indicações : passar por toda a tormenta novamente, com direito aos invariáveis prós e contras de se meter nessa situação e o pior : sem saber se no final, o destino lhe trará de bandeja uma nova chance de paixão.
Sendo assim, resta-nos brindar ao amor ! E brindar muitas e muitas vezes, com champanhe francesa da melhor qualidade, de preferência rosè, para que o tamanho da ressaca da manhã seguinte não menospreze a celebração do dia anterior...
“Quando a gente tenta, de toda maneira, dele se guardar...
sentimento ilhado, morto e
amordaçado, volta a
incomodar...”
(Fagner)
Você é mulher ? E é romântica ? Que bobagem perguntar se uma mulher é romântica...Na verdade, embora algumas não aparentem, seja pelo estilo de vida que levam ou pelo modo como se expressam, penso que é inerente à natureza da mulher ser romântica (assim como é inerente ao homem gostar de futebol, embora nesse caso, acredite, eles estejam bem mais passíveis de exceções...). E não pense que estou me referindo a sonhos com príncipes encantados, nem que estes estarão a postos, esperando por você, com um buquê de flores e uma caixa de chocolates suíços nas mãos ( o que ainda não seria de todo uma má idéia...).
Aqui, quero falar das mulheres viciadas em paixão, viciadas em amar. Falo em vício porque parece uma droga, de tão fácil que é ficar dependente dela e de tão difícil que é largá-la...Poucas coisas no mundo são tão inebriantes quanto nos apaixonarmos. O mundo muda de figura, os problemas parecem menores (aliás, eles ficam do tamanho que realmente são...), o nosso semblante fica mais suave, mais feliz, muitas vezes até emagrecemos (quer efeito colateral melhor ?) ...as pessoas notam que alguma coisa mudou em você e algumas até adivinham o porquê, afinal, damos bandeira em tudo : no riso fácil, no cantarolar de músicas, no modo mais caprichado de vestir, no brilho do olhar e no viço da pele... Até aí, tudo bem, tudo 100 %...mas agora vem o famoso X da questão : Você é correspondida ? Bom, se for, ótimo ! Sonhos compartilhados, são os melhores de se viver e assim, você terá momentos intensos, com ocitocina e adrenalina sendo liberadas no seu sangue concomitantemente, gerando aquela combustão sem igual. E enquanto as duas partes envolvidas estiverem na mesma sintonia, até parece que o paraíso resolveu estacionar de modo vitalício à sua porta.
O problema desse vício ( afinal, você conhece algum vício que não traga contra-indicações ?) é que por vezes aquela sintonia tão afinada pode acabar, ou pior, nunca nem ter existido em lugar algum, fora na sua mente desmiolada. Daí, você entra numa espiral maluca, numa “nóia” que só sendo muito “cabeça” pra sair dela sem cicatrizes emocionais profundas. E o mundo desaba, e o stress volta com carga explosiva a bordo e a vida vira sinônimo de inferno. Você quer escapar daquilo, mas não sabe como e muito menos quando vai conseguir. Você precisa trabalhar, você precisa dar conta de seus assuntos pessoais e familiares...você precisa pagar sua contas, você precisa se alimentar para ficar de pé ! Mas na sua cabeça, a cada instante, só toca o mesmo disco ( ou mp3, ou i-pod, se preferir...), as lembranças vêm em cascata, junto com as lágrimas, e o apocalipse parece ter chegado para dar fim ao seu mundo... sem fôlego só de pensar nessa situação ? Eu também, pode acreditar.
Mas, e qual o remédio pra curar essa doença, antes que a morte do seu espírito lhe pegue de carona ? Indico dois (impressionante a evolução das coisas : doença tão grave, mas já com dois tratamentos disponíveis ! ), dos quais você deve escolher o que melhor lhe convier :
TRATAMENTO 1 :
> O TEMPO : senhor de todas as curas das dores d´alma. Mais cedo ou mais tarde, você vai sair dessa, porque, sendo bem clichê, tudo passa ( até uva, passa).
>Indicações : é a forma mais sensata de tratamento, pois leva ao amadurecimento emocional, já que todas as etapas do purgatório são cumpridas sem maiores paliativos
>Efeito colateral : recaídas depressivas, esporádicos choros convulsivos.
>Contra- indicações : ouvir músicas que remetam ao amor perdido, passar pelos lugares freqüentados por vocês dois, ligar para ele (nem que seja para ficar muda, só ouvindo o “alô, alô !” irritado dele...), e por fim, tentar reencontrá-lo.
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TRATAMENTO 2 :
>APAIXONAR-SE NOVAMENTE : não há remédio de ação mais rápida e eficaz. Instantaneamente, seu equilíbrio é restaurado e sua atenção volta-se para o novo alvo, restando somente o desprezo para o “finado falecido” ( aqui, a redundância vale para dar maior ênfase à sua vingança).
>Indicações : favor, levar em consideração todo o sofrimento da paixão anterior, para que os pés não fiquem tão afastados do chão e a cabeça não chegue à lua.
>Efeito colateral : nova liberação de ocitocina e adrenalina no sangue, e todo o blá-blá-blá que já sabemos que acontece dentro de nós quando uma nova esperança de amor acontece.
>Contra-indicações : passar por toda a tormenta novamente, com direito aos invariáveis prós e contras de se meter nessa situação e o pior : sem saber se no final, o destino lhe trará de bandeja uma nova chance de paixão.
Sendo assim, resta-nos brindar ao amor ! E brindar muitas e muitas vezes, com champanhe francesa da melhor qualidade, de preferência rosè, para que o tamanho da ressaca da manhã seguinte não menospreze a celebração do dia anterior...