ATOS
Minha vida divide-se em dois atos. O tempo da procura de mim mesma, dos "por quês" da existência, da busca por algo maior que a matéria. O segundo ato iniciou com o encontro do meu ser exterior e o meu eu interior. É o ato que vivo hoje.
Ambos os atos, apesar das circunstâncias diferentes, me trouxeram alegrias e tristezas, tropeços, quedas e vitórias. A diferença é que, no segundo ato, esse que vivo agora, minhas chances de vitória são maiores, as quedas são menos constantes, porque adquiri, durante o primeiro ato, as bases que me sustentam para bem desempenhar o meu papel no mundo.
O ser humano aprende com as experiências. Ninguém pode julgar o que não viveu. É na vivência que testamos nossas reações frente às dificuldades. Minhas dificuldades eu venci e estou vencendo à custa do aprendizado, principalmente do primeiro ato, onde adquiri as ferramentas que me sustentam a vida. Como todo mundo, tive prazeres e desprazeres, adquiri e perdi afetos, sucumbi muitas vezes. Chorei, lastimei, me revoltei. Conheci o desalento, me senti incapaz, fui ao fundo do poço. E, a cada queda, sem perceber, eu estava adquirindo e renovando as armas para novas lutas.
Meu segundo ato não está completo. Mas é um ato mais tranquilo porque, hoje, eu sei como passar pelas turbulências. Sou mais calma, mais consciente e sei até onde posso ir. Talvez um terceiro ato se apresente. Talvez os atos que eu tenha de viver sejam infinitos. Não sei. A vida ainda é uma incógnita. Só sei que aprendo a cada dia e meu desejo é que seja assim. Um constante aprendizado de amor, humildade e perseverança.