Mentirosos.

“O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício”

Mentirinhas chamadas de “mentiras boas”, “mentiras piedosas”, “mentiras brancas”, ataca todos nós de forma indiscriminada. São validas para evitar sofrimento desnecessário a alguém, ou para evitar um mal maior.

Nossos pais nos ensinam a mentir e aprendemos muito rápido.

Um exemplo simples e super comum:

Toca o telefone, quando eles não querem atender a ligação, nos mandam atender e dizer que não estão em casa. Simples!

Pronto, acabamos de abrir a porta para a mentira se tornar normal.

Quando criança se quebramos ou estragamos alguma coisa, para fugir da punição, colocamos a culpa em outra pessoa ou negamos “de pés juntos” que não fomos nós, choramos uma verdadeira cachoeira, se os pais ficarem com “dozinho” da criança , ela passa ilesa e descobre um trunfo maravilhoso para amolecer o coração dos pais! Daí para frente é um verdadeiro Deus nos acuda...

Maiorzinhos costumamos odiar a escola, tendo chance “matamos” aula para passear com alguns colegas, vaguear pelas ruas. Voltamos para casa como se nada tivesse acontecido, se porventura perguntarem como foi a aula, a resposta já esta pronta na ponta da língua:

Tudo bem!

Saímos de cena o mais rápido possível!

Essas atitudes não deveriam ser normais, mas são, é normal no ser humano sempre experimentar o que é proibido, liberdade de escolha, descobrir novidades enfrentando o perigo!Para as crianças matar aula é uma “aventura perigosa”que faz a adrenalina ir a mil!

Se por acaso descobrirem a mentira, você leva um belo sermão, castigos de tirarem o seu passatempo predileto ou em alguns casos uns “pé d´ ouvido” e tudo volta ao normal, você jura (falso) que nunca mais vai “matar” aula, etc.

Com os adultos a coisa é diferente, existem pessoas sem limites, geralmente usam a mentira a seu favor, como uma arma se servem dela para se defender, acusar ou atacar e até mesmo para matar, direta ou indiretamente. Mentir torna-se um vício, por um azar ou sorte, sei lá, se conviver com outra pessoa que também mente esse defeito piora sobremaneira, leva ambos a viver num circulo sem fim, acabam acreditando que o falso é verdade. Incapazes de perceber na confusão em que se meteram se perdem nas próprias mentiras dificilmente conseguem ver a realidade, vivem numa espécie de limbo, de sonho, meio mentira meio real.

São felizes? Sinceramente não sei!

Pessoas que MENTEM de verdade em casos onde a verdade não pode ficar escondida, podem causar verdadeiras tragédias.

Quantas desgraças as mentiras trazem quando estão na boca de pessoas que deveriam amargar uma prisão ou no mínimo isoladas da sociedade, gente acometida de falhas de caráter ou desvios psicológicos.

O mentiroso tem o grave defeito de subestimar a inteligência do outro. Vaidoso da esperteza que ele pensa ter, não o deixa pressentir que a outra pessoa não está acreditando em suas palavras, continua contando mais mentiras para justificar a primeira, e assim vai rolando morro abaixo numa descida sem fim...

Sua credibilidade vai à zero!

Cada gesto ou movimento pode ser uma valiosa informação sobre o mentiroso. Alguns sinais que tais pessoas emitem com o corpo, com o olhar, com gestos e até mesmo com a respiração, podem nos colocar em alerta, e perceber que ali está uma mentira.

Ao mentir a produção de saliva se modifica, a ansiedade faz a adrenalina subir causando secura na boca, a dificuldade de engolir é um dos sintomas mais significativos. Simulam tosse.

Escondem as mãos, as pupilas dilatam, não olham diretamente a outra pessoa sempre desviam o olhar, piscam bastante, esfregam os olhos. Tapam a boca com as mãos, ou com os dedos, coçam ou apertam os lóbulos das orelhas.

Existem muitos outros sinais, mas não acho necessário enumerá-los aqui.

Porém existe um tipo de mentiroso que disfarça quase todos esses sinais, é o psicopata, como não tem reações iguais as de uma pessoa normal, a maioria dos sinais são ignorados.

São capazes de cometer as maiores atrocidades sem moverem um músculo, não é difícil reconhecê-los, porém é necessário conviver com eles para que se perceba seu desvio de personalidade e caráter. São exageradamente sensíveis as emoções, vingativos, fúteis, vaidade excessiva, imaturidade afetiva, amam e odeiam com a mesma intensidade, inadaptação social, são perversos e explosivos.

Principalmente voltados à ganância por bens materiais para compensar seu complexo de inferioridade. Alguns mascaram este complexo se comportando com superioridade, um tanto sádicos submetem os demais pela coação ou medo. Carecem de ajuda médica não para resultar em cura, mas para no mínimo minorar o problema.

A mentira hoje é comum, não quero citar os políticos, esses são sobejamente conhecidos como mentirosos, falsos, venais, etc...

É melhor nem prestar atenção nos sinais indicativos de que estão mentindo, não compensa a perda de tempo!São robotizados pelos “marqueteiros”.

Contudo a maior mentira que pode mudar um destino é uma simples frase:

EU TE AMO.

Sem considerar o real sentido que nela está implícito para torná-la válida, e pensar seriamente nas conseqüências que ela acarreta, estas simples palavrinhas fazem a vida de quem as ouve mudar.

É fácil de falar porque é uma frase curta, mas de uma repercussão e intensidade imensa.

A todo o momento ouvimos alguém pronunciá-la. Deveria existir prisão para os que a valem-se dela irresponsavelmente, gente que nem sabe realmente o que é o amor.

Ela pode trazer alegria se verdadeira, se mentira traz os tormentos do inferno, podem por uma vida em risco.

Quantos crimes, e até suicídios são cometidos causados pela falsa ilusão de ser amado.

Está demasiadamente banalizada, mesmo assim não deixa de ser desprezível porque mexe com os sentimentos mais íntimos, toca no que o ser humano tem de mais sensível, seus sonhos, esperanças e alegria.

Dificilmente a vitima da declaração mentirosa será a mesma depois que ela deixar seu rastro de destruição.

Vou contar uma “estorinha” como exemplo:

Era uma vez um homem que a tempos mantinha um caso extra-conjugal depois de vários anos de casado. Ele nem em sonho achava que a esposa tinha conhecimento de seu relacionamento fora de casa. Pois bem, um dia sem mais nem menos, olhou firmemente para ela, a abraçou carinhosamente e segurando suas mãos emocionado confessou “eu te amo”.

Ela levou um choque! Claro que ela não entendeu o motivo desta declaração fora de propósito, ficou aturdida sem saber o que fazer, não sabia se calava ou se o desmascarava de vez.

Não respondeu nada, achou melhor se calar até desobrigar-se de vez aquela situação constrangedora. As mentiras dele iam cada vez mais se acumulando, tentava explicar o inexplicável.

Essa falsa declaração veio corroborar a idéia que ela tinha dele, era sem dúvida um enganador, talvez até de si mesmo!

Hoje já idoso mantém a mesma atitude, pronuncia eu te amo assim como quem diz bom dia. Se diz comumente, este é um caso perdido. Ele foi, é e será sempre um mentiroso contumaz.

Rachel de Queiroz como sempre com grande sabedoria, expressou uma verdade contundente ao observar alguns “defeitos”quando disse:

“Os canalhas também envelhecem”.

Verdade a idade avançada, os cabelos brancos, não é sinônimo de bom caráter e nem ajusta ninguém, ao contrário, a maioria das vezes agrava os defeitos!O mentiroso vai mentir ainda mais!

Se mentir algumas vezes se torna necessário, dizer eu te amo, é perfeitamente dispensável quando o sentimento não é verdadeiro. Principalmente em se tratando da relação entre homem e mulher, mentir neste caso é de uma maldade sem limite.

Torna a pessoa ludibriada descrente da humanidade, dificilmente haverá recuperação total.

Cuidado quando ouvir demasiadamente a frase eu te amo, analise bem se não é apenas da “boca pra fora”, tudo que é muitas vezes repetido, acaba perdendo força e sentido, vira hábito...

Cuidado,da próxima vez que você dizer eu te amo, esteja certo de não estar dizendo apenas mais uma “mentirinha piedosa”...

M.H.P.M.

Helena Terrível.