A Luta de um Escritor sem Nome
Tudo o que quero no momento é desempenhar meu papel como escritor, tarefa árdua e difícil mesmo para aquelas pessoas que já têm nome na mídia. Preciso ser mais rápido e mais preciso; preciso ter o cérebro a mil para que eventuais erros não aconteçam. Ler e reler e reler novamente. Mas, parece que tudo isso é muito difícil e meu trabalho é solitário. Vejo-me sem amigos.
Sempre o fetiche da incredulidade bate à porta, pedindo licença suavemente. Aos poucos ele entra, invade e quando vou ver estou caído na beira do caminho, soluçando por mais uma derrota. Vejo que perdi para mim mesmo. Quantos já passaram por isso? Quantos não passaram por terem o fator sorte como aliado? Comigo não aconteceu diferente de muitos. Com mais estrada e poeira que vejo passar por mim parece que maior é o percurso que tenho para percorrer.
Às vezes a tolice bate à porta:
- Eu sou a Esperança!
Eu dou ouvido a ela. Porque tudo que ela me traz parece tão bonito e florido, cheio de alegria. E o meu destino sempre é o mesmo: a beira do caminho.
Lutas e mais lutas travadas comigo, travadas com os outros, porque não adianta eu ter potencial, ter capacidade e ser inteligente para escrever uma obra. Tudo isso é muito pouco para quem não tem capital. Tenho que agradar, pois não há sentido algum se não agradar ao leitor. Mas, não adianta agradar se o capital não mostrou seu cetro do poder.
Às vezes meu “eu” reclama:
- Por que pensar desta maneira tão pessimista? Se você pensasse grande talvez não estivesse se lamuriando por derrotas várias.
O Ego se inflama e diz:
- Você é capaz! Pense em sua evolução. Há quanto tempo você vem escrevendo e melhorando, melhorando? Sei que percebe isso. Sei que você traz consigo um sonho lindo que não pode deixar cair no mar do esquecimento. Em seu dom és talentoso.
E o leitor comovido diz:
- A sua obra é linda!
Mais lenha na fogueira de nós três!
Mas o leitor experiente e crítico revela:
- Não concordo... Tá errado isso e aquilo... Você precisa melhorar...
Desesperança:
- Nunca conseguirei chegar lá?
Então, vejo escritores que escrevem por escrever. Eles são felizes na ignorância porque não planejam viver da arte e nem querem se tornar perfeitos na literatura. Simplesmente expulsam sentimentos que vivem ou viveram dentro deles. Outros leitores veem e se regozijam com tal sensibilidade.
Estaca zero.
Cá estou. Procuro encontrar o meu melhor incontido dentro de minha alma. Procuro revelar minha capacidade e força de vontade na perseverança. Críticas? Estou pronto. Vou recebê-las da melhor forma, mas não pretendo mudar meu estilo e meu caráter por causa de alguém sabido, entendido no assunto mesmo que seja para melhor glória possível minha. Talvez seja mais uma ignorância, mas o que hei de fazer com aqueles leitores que gostam de minhas palavras e obras se eu “mudar”?
Complexidade, todo mundo tem um pouco. Pelo ecletismo vou tentar agradar a todos, mas não deixarei que a chama de meu sonho se apague ainda que fique caído na beira do caminho.