Mundo Cão

Sentado diante a máquina, meu cérebro esquenta e não despeja nada útil. Quem me conhece sabe do que sou capaz, ocorre que eu mesmo não sei quem sou.

Parece o fim do mundo. Está tudo muito sujo, tudo muito estranho, a banalização de tudo. Não há mais flores nem canções simples nos fins de tarde. As crianças não se divertem mais, se interagem simplesmente, em seus quartos computadorizados, quando não consumindo drogas ou sexo, ou as três coisas ao mesmo tempo.

Hoje em dia é vantagem ser canalha, espertalhão e corrupto. Os politiqueiros se vangloriam por serem raposas com o dinheiro desviado do povo. Riem em bares requintados, acompanhados de suas prostitutas, a respeito de suas últimas falcatruas com a verba pública. Não querem nem saber, o povo tem o que merece, dizem, às gargalhadas, mostrando lá no fundo um dente de ouro e tudo muito sujo, podendo-se perceber ainda um fiapo da picanha mal-mastigada da última refeição. Boa parte dos políticos brasileiros fedem! Fedem mais que ânus de gambá. Pobrezinho do gambá, mal-comparado.

Coisa triste, escritores ébrios! Sofrem intensamente com as coisas do mundo, sem que lhe dêem a mínima atenção, com as raras exceções de alguns leitores neuróticos.

Cristiano Covas, num dia qualquer...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 19/08/2010
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