Tarja Branca em São Paulo
Somente no começo da tarde chegamos em São Paulo. O lançamento do “Tarja Branca”, livro da amiga Rosa Pena seria às dezessete. Tempo de sobra? Se não fosse em São Paulo, talvez.
Dentre os seis que iriam, somente metade seguiu para a Bienal, no Anhembi: essa, justamente a ala feminina. A masculina, seguiu para a Av. Paulista, à procura de uma maquina digital. Algo a ver com a viagem do Caio, meu sobrinho. Tanto melhor, já que homem, subentenda-se o da espécie 'Maridim namoris', costuma ter a paciência bem mais curta do que as canelas das esposas.
O trânsito não fez por menos e mostrou os dentes, raivosamente. E tantas ele fez que em frente ao Anhembi, quase cinco, eu me aboletei do carro. – Vamos fazer assim - disse, já do lado de fora e com a porta aberta – eu vou direto e você vai com a Amanda estacionar o carro, ta Salete? Olha, o lançamento da Rosa vai ser na Editora All Print, na Alameda “L”. Foi o quanto eu me lembrei, e como o trânsito continuasse parado, atravessei para o outro lado, e sebo nas canelas.
Por sorte eu já havia feito o cadastro, via Internet, e na entrada imprimi eu mesma a credencial. Beleza. Alameda “C”, “D”. Não demorou e na “L” logo eu me vi, mas e o stand da All Print, qual era mesmo o número? Nada de achar. Voltei todo o caminho à busca de um mapa do evento. Oh! Céus, e aquele mundo de gente, o que é aquele bolo ali em frente, câmeras e o diabo? Diabo loiro? Não, era Marta. A Suplicy, rodeada de puxa-sacos, acho, e de curiosos. Uma olhada rápida para conferir se conferia com as fotos das revistas. Olha só, a pele é bonita, sim, e eu que pensava que era tudo botox e photoshop.
A essas alturas, além da paciência eu já tinha perdido também a compostura. Consegui passar, meio rosnando. Pode? Os stands tinham número mas numerados é que não estavam. Isso é que não pode. Desorganização total. – Aqui, moço, que número é? Era o 47. Quarenta e sete? Pelo mapa, a All Print era 44, devia estar logo por ali. Estava.
- Cadê Rosin? Quem primeiro eu vi foi a Maria da Graça. Ela estava ótima. Tanto quanto há seis anos, quando a conheci. O Ydeo Oga estava em pé, ao lado da mesa. O Luiz Delfino, sim, logo o reconheci também, e o Pastorelli, o Herculano; mas e Rosin? Enfim, ela mesma, a mesminha das fotos, isso é que é fidelidade. E que felicidade, que felicidade. Abraços, fotos, muitas fotos! E o selinho? Selinho sim. Essa vai ficar pros nossos netos, Rosin! Soube que o seu está a caminho, que coisa mais linda, e o meu por certo ainda chegará.
A Amanda e a Salete, logo chegaram, e logo saíram para assistir o Paulo Goulart e a Nicete, no espaço da Volkswagen, mas eu continuei ali, firme e já serena. Tudo foi maravilhoso, sim, mas o relógio não pára, e a filha, Amanda, tinha que voltar para Campinas. A irmã reclamava do salto. Rumamos de volta, já passava das dezenove, para minha desolação em não poder continuar ali.
Ainda deu pra comprar mais alguma coisinha, assim de passagem, rapidamente. Um Kama Sutra, ao que me parece, numa versão resumida. É isso mesmo, escolhi um Kama Sutra; sempre quis comprar esse livro. Valeu a pena a curiosidade, e olha, engana-se quem relaciona o Kama Sutra apenas com o sexo! Relacionamento, sim.
Eu sempre me sinto feliz por ocasião das Bienais. Tanto pelo evento quanto pela oportunidade de conhecer e de rever os amigos. Neste ano reencontrei além dos que já citei, a Dalva Lynch, a Cleide Canton e conheci Rosa Pena, amiga querida, do Rio de Janeiro, e mais: Goulart Gomes (ainda escreverei poetrix). Dos grupos de literatura, senti falta de conhecer a Claudinha, Odete e Lucilaine, e de rever Sunny Lóra, Nathan de Castro, Joaquim Evónio, e tantas outras pessoas de outras Bienais. E que venham outras, muitas outras, Bienais e Tarjas, de todas as cores. A Branca já é de Rosin. Tarja Branca também em São Paulo! Mas desta, muito bem autografada, eu falarei depois.