SE ME PERMITEM: UM PREITO DE SAUDADE!

Diz uma lenda muito antiga, que o Soldado que lutou em uma batalha aqui na Terra, torna-se soldado eternamente, mesmo estando em outras paragens da vida. Diz, também, a lenda, que os filhos destes soldados levarão na memória a lágrima de dor que os pais deixaram rolar, num momento extremo de tristeza, pelas imagens de violência que ficaram fortemente gravadas em suas vidas.

Mas, o que a lenda não diz, é da saudade que ficou, dos velhos pracinhas que, um dia, vestiram fardas de soldados para lutar por uma causa planetária, numa guerra mundial, que as novas gerações correm o risco de repetir, por não conhecerem o passado recente, ou por não respeitar os Princípios de convivência que tornam uma Nação forte, junto com os outros Povos do globo.

Não citarei nenhum nome, para não errar com o mais humilde Expedicionário que lutou na 2ª Guerra Mundial, sendo a vida ou a morte o seu troféu. Se a morte, o descanso eterno; se a vida, a lembrança maldita de ver o homem transformando-se em fera, em instinto, onde o diálogo fez silêncio fatal.

Nossos queridos expedicionários nos ensinaram a ter um carinho pelas coisas da Pátria, nos doaram o exemplo maior de que o amor por um País vai muito além dos limites da ideologia e dos interesses mesquinhos, que atraem as guerras. A maioria destes heróis anônimos, hoje, está numa outra dimensão, confabulando numa Fraternidade sagrada sobre assuntos como Pátria, Liberdade, Civismo, ou, talvez, a devoção à Nossa Senhora, que os uniu numa força mágica, como soldados, como amigos e como cúmplices de uma experiência que jamais deve ser repetida. Eles partiram, mas aqui ficou, num Preito de Saudade, um agradecimento por tudo o que conseguiram ser – ainda – depois que voltaram da guerra.

Neste espaço, não desejo discutir os motivos e as razões da 2ª Guerra Mundial.

Quero, simplesmente, declarar a gratidão que ficou nas almas de quem os conheceu – soldados de fibra! – que, até o fim de suas vidas, sabiam que tinham lutado pela Liberdade, pela Democracia e pela pluralidade de ideologias.

Graças aos nossos queridos Expedicionários da 2ª Guerra Mundial, sei, hoje, olhar para uma farda de Soldado, com respeito, admiração e muito carinho, porque ali, não vejo uma figura devotada à violência, ou ao fanatismo, mas sim um cidadão defendendo os melhores valores que devem ser cultuados dentro dos limites de um território físico, como o Brasil, pois é nesta intenção de Paz, pela Paz, que devemos – eternamente – lutar para manter a LIBERDADE de expressão.

Há quem use a farda de uma maneira soberba, mas de forma a humilhar e agredir a memória de um verdadeiro Soldado. Há quem use a farda para esconder ambições de poder e de status... e há quem use a farda, simplesmente, para evocar os sentimentos pacíficos pela nossa Pátria, que é o Lugar do nosso coração, da nossa alma, e dos nossos amores.

Nossos Expedicionários brasileiros, ensinaram-nos que o uso da farda não se restringe a grandes e revolucionários momentos, mas que também é capaz de transmitir toda a nobreza de que são capazes os cidadãos de um País nos momentos de ternura diante da Família e diante da Sociedade instituída, quando chamados para proteger o Bem Comum.

Velhos e queridos Expedicionários: descansem na certeza de que plantaram uma semente boa em terra fértil, onde vossas figuras de Soldados Brasileiros e Universais serão sempre uma referência ao nosso Patriotismo, à nossa Fé e à conquista diária pela LIBERDADE. Pois: “Somos todos Soldados, armados ou não...nas igrejas, nas escolas, nos campos de plantação”. Neste Preito de Saudade, esperamos colher as sementes boas que ficaram eternamente entranhadas na alma de quem ama a Vida na sua melhor nobreza e na sua melhor manifestação de Humanidade.

SALETI HARTMANN

Poetisa e Pedagoga

CÂNDIDO GODÓI-RS

SALETI HARTMANN
Enviado por SALETI HARTMANN em 17/08/2010
Código do texto: T2444328
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