Como ninguém desconfiou?
“O espantoso caso da americana libertada depois de 18 anos – e dois filhos – com seu seqüestrador.”
Eu estava entrando no campus de Berkeley da Universidade da Califórnia, para falar com minha amiga quando senti que algo estranho pairava no ar. De todas as vezes que eu havia entrado no campus, em nenhuma vi uma cena tão fora do comum. Avistei um homem alto, magro e com poucos fios de cabelo gritando e dizendo coisas muito estranhas para serem ditas em uma universidade.
O homem estava de pé em cima de um latão de lixo, gritando: “O mundo chega ao fim! O fim chegou! Vejam os céus se amarelando. Nossos dias no mundo se esgotaram!” À medida que me aproximava do sujeito, percebi que ele entregava alguns panfletos. Fiquei muito curiosa para ver o que dizia nos folhetos e continuei a me aproximar. Quando estava a uns 5 metros de distância do sujeito, um policial correu até mim.
Tudo foi muito rápido e fiquei muito espantada. Um policial, baixo e gordo, estava saindo da lanchonete com um enorme cachorro quente em suas mãos. O rosto do policial estava completamente lambuzado com mostarda, e, isso eu percebi porque ele correu até minha direção dizendo: “Segure o cachorro! O cachorro-quente! Rápido, segure!” Imediatamente, obedecendo às ordens do policial, peguei o cachorro quente. O policial correu até o homem do latão de lixo e o agarrou. Eu não entendi nada, e então pensei que o policial não havia concordado com o que sujeito dissera.
Duas horas se passaram e eu estava em casa assistindo ao noticiário da televisão quando reconheci o homem que estava sendo preso. A bela morena do jornal das 8 informou que o sujeito preso havia seqüestrado uma menina de 11 anos a 18 anos atrás e que hoje ela foi finalmente resgatada. Inda disse que a menina, agora mulher com 29 anos, teve 2 filhos com o sujeito do latão de lixo. “Que horror!” pensei.
Foi então que entendi que o policial achou suspeito o comportamento do homem e assim ele foi descoberto. A partir de hoje, vou tomar mais cuidado com pessoas em cima de latões de lixo. E até agora não consegui descobrir o que os panfletos que o sujeito entregava diziam.